Falas de mulheres são essenciais para combate ao feminicídio, diz psicóloga 3c60

Seis mulheres já foram mortas neste começo de 2025; o que a rede de proteção pode fazer para garantir a segurança de todas elas? 27736f

Seis mulheres foram vítimas de feminicídio em Mato Grosso do Sul apenas neste ano. O número se soma às centenas de mortes registradas desde a qualificação do crime e a implementação da Lei Maria da Penha no estado. Os casos evidenciam um único fato: ser mulher continua sendo o principal motivo de tantos assassinatos.

Diante desse cenário, o que a rede de proteção pode fazer para garantir a segurança das mulheres?

Psicóloga Zaira de Andrade
Zaira de Andrade, psicóloga e professora doutora da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) participando ao vivo no MS1 desta segunda-feira (3), na TV Morena. (Foto: André Salles)

Para Zaira de Andrade, psicóloga e professora doutora da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), que pesquisa os aspectos históricos e psicossociais das relações de gênero, além da violência contra a mulher no trabalho e na sociedade, é fundamental dar credibilidade à fala das vítimas.

“Principalmente, qualificar a fala da mulher. O que ela está falando é o que ela está vivendo. Então, a desqualificação, e, principalmente, que a sociedade perceba que essa repetição é uma questão crônica que naturaliza essa violência. Então nós temos que ter políticas públicas, mas não só para atender essa mulher já no processo de violência, é o que acontece antes, desde a educação, valorizar e qualificar o discurso, a fala dessas mulheres.”

Zaira de Andrade, psicóloga e professora doutora da UFMS

Zaira trabalha com a psicologia social e com uma teoria que busca explicar os fenômenos psicossociais formados desde o processo de socialização de meninos e meninas.

“Toda a sociedade é influenciada por doutrinas, normas e padrões de comportamento para homens e mulheres. Isso acaba moldando nossa identidade de forma a reforçar a ideia de que ‘o homem tem o poder, é superior, e a mulher está subjugada’”, explica.

Como parte dos esforços para enfrentar esse problema, o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) deve instalar, na próxima sexta-feira (7), uma nova vara judicial dentro da Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande. Será a quarta vara da violência doméstica e familiar contra a mulher no estado. O objetivo é dobrar a capacidade de processamento e concessão de medidas protetivas.

Feminicídio ocorreu na noite deste sábado, em Campo Grande
Local onde aconteceu o 6º feminicídio em Campo Grande; a vítima é Giseli Cristina Olikowiski, de 40 anos, morta pelo namorado, no dia 1 de março de 2025. (Foto: Ingrid Rocha)

Somente no ano ado, o tribunal concedeu cerca de 5 mil medidas protetivas, o equivalente a uma a cada duas horas.

Além disso, o Ministério das Mulheres anunciou a implementação de um sistema nacional de dados na Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande. A partir deste mês, o sistema começará a coletar e organizar, de forma padronizada, os atendimentos realizados em todas as unidades do país, facilitando a comunicação entre elas. A tecnologia já está em fase de testes nas casas de Teresina (PI) e São Luís (MA).

Outra medida prevista é a avaliação, a partir de março, das regras e procedimentos de atendimento da Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande e em outras nove unidades espalhadas pelo país. A ação será conduzida pela ONU Mulheres.

A novidade atende a uma das demandas defendidas pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, durante sua visita a Campo Grande, poucos dias após o feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte.

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  • ?Denúncias: ligue para o número 180. O serviço de atendimento é sigiloso e oferece orientações para denúncias sobre violência contra mulheres. O telefonema pode ser feito em qualquer horário, todos os dias. Também é disponível um WhatsApp – (61) 9610-0180;
  • ?Perigo: procure a delegacia mais próxima e acione a polícia, por meio do 190.

Em Mato Grosso do Sul, as denúncias de violência de gênero podem ser feitas de maneira on-line. Clique aqui e faça a denúncia.

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Selo Basta
Basta, campanha contra violência doméstica e feminicídio do Primeira Página. (Foto: Ilustrativa)

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