Facção usava “laranjas” para lavar dinheiro de esquema de extorsão, diz polícia v5h10
Investigação aponta que até beneficiária de programas sociais e funcionário de supermercado tinham empresas em seus nomes para encobrir atuação criminosa. 5q2mn
A Polícia Civil divulgou novas informações sobre o esquema de extorsão praticado por uma facção criminosa contra comerciantes em Cuiabá e Várzea Grande, que veio à tona com a Operação Falso Profeta, deflagrada na quinta-feira (20). Segundo as investigações, a organização usava “laranjas” – pessoas sem perfil financeiro compatível – para ocultar dinheiro obtido de forma ilícita, por meio da criação de empresas usadas na lavagem de dinheiro.

Entre os “laranjas” identificados estão um funcionário de supermercado e uma mulher que depende de benefícios sociais do governo. Ambos possuem empresas registradas em seus nomes, apesar de não apresentarem renda suficiente para sustentar negócios com movimentações tão altas.
Essas informações surgiram durante o avanço das operações “Falso Profeta” e “Aqua Ilícita”, deflagradas na semana ada. O esquema, de acordo com a Polícia Civil e o Gaeco, era comandado por um pastor evangélico que está foragido. Ele seria o responsável por centralizar os rees do dinheiro obtido por meio da cobrança forçada de comerciantes.
Água, extorsão e lavagem 5x6t73
Os comerciantes vítimas do grupo eram obrigados a comprar água mineral de um único fornecedor e ainda tinham que pagar R$ 1 por cada garrafão vendido. Quem se recusava a seguir as ordens da facção era ameaçado.
A polícia descobriu que o dinheiro dessas extorsões era recolhido por um “pastor sênior” em uma igreja no bairro Pedra 90, em Cuiabá, e posteriormente transferido para o comando da facção no Rio de Janeiro, mais especificamente em Duque de Caxias.
A investigação identificou que uma drogaria usada como fachada chegou a transferir R$ 234 mil em apenas uma semana para a conta do pastor. Já uma distribuidora de bebidas ligada à facção movimentou valores superiores a R$ 100 mil.
Essas empresas, embora registradas, não têm atividades comerciais visíveis. De acordo com os investigadores, no endereço informado como sendo da drogaria, por exemplo, não há qualquer estabelecimento físico, o que reforça a fraude e o uso como instrumento de lavagem de dinheiro. Algumas dessas empresas têm capital social declarado de até R$ 800 mil, o que indica uma estrutura financeira robusta, incompatível com o perfil dos “laranjas”.
Denúncias 573s31
A Polícia Civil orienta que comerciantes ameaçados ou que tenham informações sobre o esquema podem fazer denúncias anônimas pelo telefone 181. As investigações continuam para localizar o líder do grupo e responsabilizar os envolvidos no esquema.