Vídeo: ex-secretário de Cuiabá cita 'compras atípicas' na Saúde e tem prisão mantida 2fy6l
Operação que resultou na prisão do ex-secretário investiga um suposto esquema que teria se instalado na ECSP no ano de 2021. 3a616x
O ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues da Silva, preso na semana ada, negou durante audiência de custódia ser responsável pela compra de medicamentos sem as devidas formalidades, como investiga a Operação Hypnos, mas citou compras “atípicas” no período em que esteve à frente da ECSP (Empresa Cuiabana de Saúde Pública). A prisão preventiva foi mantida pelo juiz.
Esquema de fraude 1q4c3k
A operação que resultou na prisão de Célio investiga um suposto esquema que teria se instalado em 2021. As apurações apontam que, em tese, foram autorizados pagamentos para uma empresa que não possuiria sede física no local informado em seu registro formal, o que levou à suspeita de que seria uma empresa fantasma com sócios es laranjas. O Primeira Página tenta contato com a defesa de Célio.

Além disso, indícios sugerem que os pagamentos foram para a aquisição de medicamentos que, a princípio, não possuíam comprovação de ingresso na farmácia da Empresa Cuiabana de Saúde Pública e que nunca teriam chegado a dar entrada no estoque.
Em depoimento, o ex-secretário de Saúde negou ter realizado essas compras no período em que era diretor do hospital.
“Eu era o diretor do hospital, as compras não eram feitas por mim. Tem o setor que fazia a compra, o setor que recebia e o setor que traria o processo pronto para realizar os pagamentos. Nenhum tem autonomia do início da compra até o fim do pagamento”, disse.
Célio disse, ainda, que não acredita que tenha havido desvios ou erros nas compras, apesar de ter visto aquisições “atípicas”, principalmente no período de pandemia de Covid-19.
“As comprar foram realmente um pouco atípicas porque realmente não existia medicamentos para serem comprados, então não se estava escolhendo muito para se comprar porque se comprava o que tinha.”
Ainda durante sua fala, o ex-secretário disse que não se lembra de todas as compras que o hospital realizou, mas citou o Midazolam como um dos medicamentos mais adquiridos no período, por ser usado para sedar os pacientes entubados.
Alegando não ter sido citado nem chamado para depor anteriormente, Célio negou novamente o esquema investigado e afirmou que não tinha conhecimento dos processos das compras, que, segundo ele, eram atribuições de outras equipes.
Falta de medicamentos 1q4q3j
Em 2020, época em que Célio estava à frente da secretaria, unidades de saúde chegaram a suspender os atendimentos por falta de medicamentos e insumos básicos.

Uma análise de notas fiscais de serviço e produtos dos anos de 2020 e 2021 identificou inúmeros fornecedores com indicativos de irregularidades e um contrato que não teria seguido o trâmite correto de pagamento, o que levou à suspeita de que outros documentos teriam ido pelo mesmo caminho, possibilitando a existência de corrupção.
“Era um momento que não dava para escolher empresa. Na verdade, a gente estava escolhendo se tinha o medicamento ou não. Se a gente tivesse sido chamado para poder tentar elucidar, eu teria tentado contribuir, porque mesmo que não encontre um processo, tem a saída dos medicamentos para os pacientes”, afirmou.
Segundo o ex-secretário, após o afastamento, não teve mais o aos processos.
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Preso em outra operação 3sc4m
O ex-secretário já havia sido preso pela Polícia Federal, em 28 de outubro de 2021, durante a Operação Cupincha, por suspeitas de envolvimento em esquema que movimentou cerca de R$ 100 milhões, entre os anos de 2019 a 2021, da Saúde de Cuiabá.