Escuta de advogada de MS “entregou” plano de fuga à Polícia Federal 4r614j
Com o decorrer das investigações, foi constatado que Kássia atuava como “elo de ligação” entre os clientes 431u42
Presa nesta quarta-feira (10) em Três Lagoas (MS) por envolvimento em um plano de resgate da presos da maior facção criminosa do país, a advogada Kássia Regina Brianez Trulha de Assis, 41 a nos, foi peça fundamental para que todo o esquema fosse descoberto e frustrado pela Polícia Federal. Segundo as investigações apresentadas à Justiça Federal, ela atuou de “pombo correio” a vigia de presídio, para garantir o sucesso dos crimes: invasão das unidades prisionais, sequestros de autoridades e até homicídios.

O Primeira Página obteve o à representação criminal que pediu a prisão de Kassia e outras duas colegas. A investigação sobre o plano de resgate aos presos da facção começou em Cascavel, no Paraná. Já nessa época havia informações de que advogados recebiam e mandavam mensagens codificadas aos integrantes do grupo que estavam na Penitenciária Federal de Brasília, no Distrito Federal, e os criminosos que estavam soltos.
Para isso, a percepção dos agentes de segurança pública foi essencial para a descoberta do crime; eles notaram que os códigos jurídicos usados pelos advogados nos presídios não existiam e as conversas com os presos sequer tinham nexo. Com autorização da justiça, os principais suspeitos foram monitorados e através de interceptações telefônicas todo o esquema foi confirmado.
Como personagem principal para a investigação, surge o nome de Kássia Regina Brianez Trulha de Assis, a advogado sul-mato-grossense presa nessa quarta-feira, dia 10 de agosto. O plano traçado pelo grupo tinha desde uma rede de comunicação entre criminosos envolvidos no resgate e advogados que atuam como “pombo correio”, até a determinação de quais clientes a profissional deveria “atender”.
“A análise do material telemático da investigada Kassia comprovou a existência do plano e a pratica de atos voltados para a execução completa do crime, desde o recebimento de celulares para o estabelecimento de um “circuito fechado” com os advogados que atuam como “pombo correio” e os integrantes que estão vinculados ao resgate, até a seleção da ordem dos presos que deveriam ser atendidos por Kassia quando ela recebeu as mensagens”, diz documento que o Primeira Página teve o.
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Com o decorrer das investigações, foi constatado que Kássia atuava como “elo de ligação” entre os clientes. Por trás da função de advogada, levava recados entre os chefes da facção.

Um nome já conhecido da justiça sul-mato-grossense por ter aparecido em outra operação, a “Courrier”, estava na lista de clientes da advogada: Esdras Augusto do Nascimento Júnior.
A mesma história denunciada pela operação feita pelo Gaeco de Mato Grosso do Sul também aparece agora: Esdras dividia cela com Marcos Willians Herbas Camacho, o “Marcola”, considerado o líder da facção paulista, mas foi transferido para Campo Grande e lá recebeu a visita de Kássia para rear as informações da cúpula do grupo criminoso.
Consta que a advogada foi até o presídio de Mato Grosso do Sul a pedido de Devanir de Lima Moreira, chefes do grupo criminoso que está foragido e é apontado como um dos principais responsáveis pela elaboração do plano de fuga dos detentos. Além de Esdras, a profissional visitou também outro interno, identificado como Ricardo e tinha a ordem de rear os recados na “ordem correta” para que os dois presos entendessem perfeitamente o plano.
A influência dos criminosos no “trabalho” de Kássia e o envolvimento dela com os crimes da facção ficam ainda mais evidentes ao longo das apurações: ela recebeu orientação de quem deveria atender, fotografou e filmou todo o entorno do Penitenciária Federal de Brasília e ainda enviou “relatórios” sobre a movimentação de polícia no local para um dos faccionados.
Justamente por isso, é o nome dela que aparece como a principal responsável pela descoberta e frustação do plano de fuga.
Segundo a Polícia Federal, Kássia é esposa de Rogério César dos Santos, conhecido como “Coco”, que já foi apontado como uma das lideranças da facção em Mato Grosso do Sul. “Ela já foi apontada como tendo tido envolvimento em outras práticas criminosas, relacionadas ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro”, diz o inquérito policial.

Códigos 616y45
Durante as investigações a polícia identificou pelo menos quatro planos da facção para garantir a saída dos chefes do grupo da prisão. Mais uma vez, foi através de Kássia que os detalhes foram descobertos.
Anotações feitas por ela em uma visita mostraram que os criminosos usavam códigos deferentes a instituições da justiça brasileira para tratar dos detalhes. Confira cada um deles:
Plano STF: invasão a Penitenciária Federal de Brasília.
Plano STJ: sequestro de autoridades ligadas ao Sistema Penitenciário Federal, como diretores, chefes de segurança e familiares. Os cativeiros seriam em estados diferentes. Entre os nomes citados estão Renato Gomes Vaz e Rodrigo Campo Porto, diretor e chefe de presídio. Nas interceptações, a ordem eram matar eles caso “Ciro” que para polícia é Marcola, não fosse liberado.
Plano Suicida: aqui, os criminosos estipularam um prazo de oito meses os faccionados das ruas executassem os planos, se isso não acontecesse, o próprio Marcola executaria uma missão considerada “suicida”, o que seria provavelmente uma rebelião dentro do Sistema Prisional Federal, com servidores públicos como reféns.
Nas interceptações, a polícia ainda concluiu que em junho todo o material bélico e os integrantes escolhidos para executar a ação já estavam definidos; 95% do plano já estava pronto, faltava apenas ser colocado em prática.