Entidades tentam levar caso de racismo na Santa Casa de Rondonópolis ao MP e3a6q
Em outubro de 2022, o maqueiro Paulo César Oliveira Leite, de 35 anos, que atua na Santa Casa da Misericórdia do município, registrou um boletim de ocorrência contra uma coordenadora da ala da unidade, após ela ter dito a ele uma frase racista durante o expediente. 606ks
Nesta semana, o movimento Unegro (União de Negras e Negros pela Igualdade) e o Compir (Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial) de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, trouxeram à tona um caso de racismo sofrido por um maqueiro que atua na Santa Casa da cidade. O caso ocorreu em outubro do ano ado e, atualmente, as entidades estão trabalhando levar a denúncia ao Ministério Público e cobrar uma ação das autoridades.

O episódio de racismo 5x694w
Em outubro do ano ado, Paulo César Oliveira Leite, de 35 anos, que trabalha como maqueiro no Pronto Atendimento da Santa Casa da Misericórdia do município, registrou um boletim de ocorrência contra uma enfermeira e coordenadora da ala da unidade, após ela ter dito a ele uma frase racista durante o expediente.
Em entrevista ao Primeira Página, Paulo contou que, no dia 31 de outubro de 2022, ele e outros colaboradores aguardavam o fim de uma limpeza no posto de enfermagem, quando a coordenadora entrou na sala fazendo algumas brincadeiras, dizendo que eles já poderiam voltar ao trabalho.

Nesse momento, ela se aproximou dele, deu dois tapas no ombro da vítima e disse “E você volta para a senzala, só falta o chicote e o tronco”.
Abalado, ele foi até a ouvidoria da própria Santa Casa e registrou uma declaração informando a fala preconceituosa da mulher. Após isso, foi à uma delegacia da cidade registrar o boletim, acompanhado de uma colega que presenciou o fato e que também testemunhou na unidade policial.
Porém, após a denúncia, Paulo foi obrigado, pela gestão da casa de saúde, a deixar de atuar no Pronto Atendimento, sendo autorizado a transitar apenas por outro setores da unidade. A coordenadora, por sua vez, recebeu uma medida de afastamento do cargo por cerca de cinco dias e, após isso, retornou normalmente à Santa Casa.
Diante da situação, a vítima sentiu que, até então, nenhuma ação das autoridades havia sido realizada para que a Justiça diante do caso de racismo fosse feita. Por isso, entrou em contato com representantes do movimento Unegro e com o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial da cidade.
De acordo com o presidente do Compir, Wagner Santos, uma denúncia deve ser encaminhada ao Ministério Público e à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso), ainda esta semana, para que as medidas de punição possam ser avaliadas e tomadas.
Até a publicação desta matéria, nenhum responsável da unidade hospitalar se manifestou sobre o assunto.
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No início deste mês, também em Rondonópolis, a professora Keila Pereira da Silva, de 37 anos, foi vítima de racismo enquanto tentava tirar uma foto para renovar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) em uma unidade do Detran (Departamento Estadual de Trânsito).