"Dogão" é novo chefe do crime na fronteira, suspeitam autoridades 5m3c70

O controle da região é disputado há pelo menos, seis anos. Porta de entrada para o Brasil, Mato Grosso do Sul vive em guerra desde a morte de Jorge Rafaat 264ub

Alerta sobre plano de ataque violento na fronteira do Brasil e Paraguai, via Mato Grosso do Sul, trouxe à tona o nome de um brasileiro como o novo chefe do crime organizado na região: Cléber Riveros Segovia, 31 anos. Para as autoridades, ele é “Dogão”, integrante de uma facção criminosa com atuação dentro e fora dos presídios.

Por anos, foi considerado foragido da justiça brasileira, mas neste exato momento é um homem livre, pois uma decisão recente encerrou o único processo no país sem qualquer punição.

Ainda neste texto você vai ver o que dizem os advogados de Cleber Riveros Segovia. Para forças de segurança do lado de cá e do lado de lá, ele tomou o lugar de criminosos que, desde 2016, tentam estabelecer domínio ilícito na pedaço estratégico para o tráfico de drogas e de armas o contrabando de cigarro, agrotóxico e descaminho de produtos importados irregularmente.

cleber dogao foragido
Foto do rosto de Dogão. Ele é procurado pela polícia (Foto: Redes sociais)

Porta de entrada para o Brasil, a região entre Ponta Porã e a Pedro Juan Cavaleiro vive em guerra desde a execução de Jorge Rafaat, conhecido por “Rei da Fronteira”, em 2016. Os assassinos usaram arma de guerra. Segundo as autoridades paraguaias, de lá para cá, pelo menos sete homens assumiram o papel de comandar a máfia por ali.

Em todos esses anos, tiroteios, execuções, ameaças e fugas cinematográficas marcaram essa guerra sangrenta.

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Em meio à violência imposta à região, o nome de Cléber começou a se destacar como o possível sucessor no comando no fim do ano ado. Conforme a crença de autoridades da segurança pública, ele assumiu a vaga de Anderson Menezes de Paula, o Tuca, o homem capturado em outubro de 2021 pela Polícia Federal, com apoio de agentes paraguaios. Feita num domingo, situação rara, a ação teve presos em solo brasileiro e do país vizinho.

Sobre Tuca, recaiu a suspeita de ser um dos responsáveis pelo assalto em Araçatuba (SP), que provocou terror na cidade do interior paulista no ano ado.

Junto com ele, também foi preso William Meira do Nascimento, o Bruxo, igualmente considerado influente entre os faccionados da região. Ambos teriam sido enviados, pelo núcleo de comando da máfia surgida nos presídios, para dominar a região.

A despeito das prisões e reforço na segurança, a mortandade na fronteira segue sem trégua, de gente desconhecida até vereador. Só este ano, já são mais de 120 assassinatos na faixa dos 44 municípios que ladeiam ao Paraguai.

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Na semana ada, documento com um alerta sobre o risco de ocorrer ataque armado em Pedro Juan Caballero foi divulgado pela polícia paraguaia. O texto assinado pelo comissário Abel Marino Cantero, subchefe de investigação do departamento de Amambay, afirmava que mais de 40 homens armados estariam prestes a sair às ruas para matar os inimigos.

“Dogão” seria o comandante, com apoio de um outro homem, não identificado.

“Um foragido da justiça brasileira, com a cumplicidade de um certo Danilinho, cujos outros dados são desconhecidos, atacaria a humanidade de algumas pessoas desta cidade, cujos dados não são tratados”, detalha o documento.

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Alerta emitido em 14 de julho

O objetivo, conforme as investigações, seria acabar com a quadrilha que faz oposição à facção, que configuram obstáculo para Cleber Segovia se consolidar no comando da criminalidade. Na data marcada, 14 de julho, o policiamento foi reforçado, mas aparentemente o alerta fez o grupo desistir da ação.

“Dogão” no Brasil 2q5u57

Enquanto era apontado pela polícia paraguaia como o novo da facção, em Mato Grosso do Sul “Dogão” respondia na justiça por levar drogas pela MS-164, no município de Maracaju. O episódio foi no ano de 2012. Cleber Riveros foi encontrado pela polícia no meio de um canavial, vigiando um Peugeot 408 carregado de maconha.

Foi levado à delegacia na época, confessou ser “batedor de estrada”, detalhou que cuidava a movimentação de policiais nas rodovias e avisava os comparsas na condução dos carros cheios de entorpecente. Depois, ganhou o direito de responder pelo crime em liberdade e nunca mais voltou à prisão.

O resgistro encontrado é de ter ado temporada de um ano na cadeia de Maracaju, entre 2012 e 2013.

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Em 2020, uma nova decisão determinou que “Dogão” fosse preso. Nessa época, a justiça brasileira já não conseguia mais encontrá-lo.

Em maio de 2022, novo mandado de prisão foi expedido em seu nome. No mesmo mês, três advogados assumiram o caso e entraram com o pedido de extinção do processo. O motivo era simples: o intervalo de tempo para punir Cléber diante da legislação brasileira já havia se esgotado.

O Código de Processo Penal estabelece prazo para que autores de crimes sejam julgados e condenados. Vencido esse prazo, que varia conforme a tipificação criminal e a idade da pessoa envolvida, não há mais como responsabilizar o réu.

Quando foi preso pela primeira vez, Dogão tinha menos de 21 anos e por isso, o prazo de extinção do processo por tráfico de drogas era de pouco mais de dez anos. A decisão veio na terça-feira, 19 de julho: a punibilidade de Cléber foi extinta. A sentença foi assinada pelo juiz Marco Antônio Montagnana Morais, de Maracaju.

Enquanto não há nenhuma alteração judicial, ou qualquer outro mandado de prisão, Cléber permanece livre no Brasil.

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Documento paraguaio em nome de “Dogão”

A vida no Paraguai 2t4i1r

Conforme a investigação jornalística, “Dogão”, vive no país vizinho, desde meados de 2013, quando conseguiu uma identidade paraguaia em nome de Cléber Riveros Pavón. O “novo” sobrenome pertencia à mãe dele. O nome dela está no documento paraguaio, assim como a data de nascimento, semelhante à do filho.

Naquela época, já era conhecido por “Dogão” e por anos não foi encontrado. Em 2019, no entanto, renovou a identidade e deu entrada no pedido de aporte. Foi durante as análises de documentos que as autoridades descobriram que ele era procurado pela polícia brasileira.

Segundo o site ABC Color, no mesmo ano ele foi expulso do Paraguai e entregue à Polícia Federal.

Não há informações do que ocorreu depois disso, mas hoje “Dogão” é considerado foragido e é procurado pelos dois países.

“Dogão é um foragido do Brasil e, existem diligências com o objetivo de prendê-lo, especialmente por ter ordenado homicídios de diversos desafetos”, confirmou o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira. Não houve detalhamento sobre quais são esses homicídios.

O que diz a defesa 255u23

“Cléber Riveros Segovia vem, por meio intermédio de sua assessoria urídica, o escritório Souza, Duré & Carvalho Advogados Associados, esclarecer que as acusações de que ele seria “o novo líder do tráfico na fronteira” são infundadas e não encontram nenhum respaldo probatório”, informa nota enviada à redação do Primeira Página pela defesa de Cleber Riveros Segovia.

No texto, é destacado pelos advogados o fato de Cléber não tem contra si, “nem no Brasil e nem
no Paraguai, nenhum processo em curso”. Ainda conforme os advogados, “tampouco é foragido da justiça”.

A nota segue afirmando que “uma simples pesquisa no Banco Nacional de Mandados de Prisão” seria suficiente para verificar que não existe nenhum mandado de prisão expedido em seu desfavor.

A partir daí, é citado o processo de Maracaju, que foi extinto neste mês, conforme escrito acima. Sobre esse fato, a defesa diz que Cleber nunca foi notificado pessoalmente ou citado nos autos. “Ou seja, a ele não foi oportunizada a defesa, assim como nunca foi apurado a veracidade das acusações”, traz o comunicado,

“Há pouco tempo, descobrindo a existência desse processo, ele constituiu defesa e o respondeu normalmente e, no fim, a justiça decretou a extinção de punibilidade.

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