Depoimento de informante teve papel central na Operação Simulacrum 5w4k3f
Segurança investigado foi um elo entre as vítimas e os PMs v4p3e
Uma pessoa teve papel central na investigação da Polícia Civil que culminou na Operação Simulacrum, deflagrada nessa quinta-feira (31), tendo como alvos policiais militares suspeitos de terem cometido assassinatos em Cuiabá e Várzea Grande, região metropolitana da Capital. Investigado inicialmente como suspeito, um segurança confessou participação nos crimes e ou a ser informante das autoridades policiais no decorrer dos inquéritos.

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Os PMs em questão, que eram lotados no Bope (Batalhão de Operações Especiais), Rotam (Ronda Ostensivo Tático Móvel) e Força Tática do Comando Regional I, são suspeitos de cometerem homicídios, com características de execução, com a intenção de promoverem a si mesmos e os batalhões onde atuavam. Ao justificarem os crimes, os militares diziam que as mortes ocorreram em “confrontos”.
De suspeito a informante 596f4h
A DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa), ao iniciar uma força-tarefa para investigar mortes envolvendo esses supostos confrontos com PMs, descobriu que nos casos investigados sempre havia a figura de um “segurança” que ava informações de locais fáceis e lucrativos para assaltos. Com isso, suspeitos eram interceptados e mortos por PMs.
As investigações apontaram ainda que em vários casos houve a presença de um segundo ou terceiro carro de apoio aos assaltantes, mas que sempre conseguia fugir. Em quatro dos casos investigados, tal veículo tratava-se de um VW Fox, de cor vermelha, que era dirigido pelo segurança/vigilante.
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Militares são suspeitos de crimes como terrorismo, estupro, genocídio e homicídio
Ao ser interrogado, esse segurança confessou que os supostos assaltos eram “armados” em conjunto com policiais militares, com o objetivo de atrair pessoas, com agens criminais ou não, para serem executadas.
Em depoimentos acompanhado de um advogado, ele contou à Polícia Civil que transitava bem entre os criminosos e que ajudava nas prisões em troca de dinheiro ou bens, como aparelhos celulares. Mas que, em dado momento, em vez de prender os envolvidos, os PMs aram a cometer os assassinatos, como forma de promover tanto os militares quanto os batalhões em que atuavam.
Suposto confronto investigado 653n24
Um dos supostos confrontos investigados é o que resultou na morte de Kaio Henrique Miranda de Araújo, Franklin Thomé Arruda Ferreira Mendes, Lucas Conceição Silva e Deyverson Ferreira de Oliveira Mota. Eles foram mortos por volta das 5h28 de 30 de outubro de 2020, na avenida principal do Distrito Souza Lima, próximo à entrada para um frigorífico, em Várzea Grande.
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Segundo os PMs, o caso foi um confronto entre os suspeitos, que não obedeceram a uma ordem de parada, e os policiais. Mas segundo o informante, foi mais uma ação previamente acertada entre ele e os militares, cuja intenção era matar as vítimas que foram atraídos para a situação falsa de roubo.
Além disso, os PMs fariam uso dos sistemas de informações e checagens da Sesp (Secretaria de Estado de Segurança Pública) para conseguir informações sobre eventuais alvos, ocorrências, monitoramento eletrônico e, assim, usar o aparato estatal para selecionar vítimas com eventuais agens criminosas para ser executadas.
Operação Simulacrum 2n1o61
Os crimes são investigados em seis inquéritos policiais relacionados a supostos confrontos entre outubro de 2017 e outubro de 2020. Nos casos, indivíduos que supostamente iriam praticar crimes como roubos e furtos foram interceptados por policiais militares.
Por meio de investigações foram identificados pontos semelhantes e convergentes entre os casos, com indícios de que as vítimas eram executadas, tais como: excessivo número de disparos efetuados pelos policiais militares; ausência de disparos na direção oposta; inexistência de lesões de defesa nas vítimas, caracterização de “tiro encostado”.