Defesa diz que mulher não sabia de medida e vai pedir indenização por ação de delegado 535n1n

A defesa da família que teve a casa invadida e ameaçada pelo delegado da Polícia Civil Bruno França Ferreira disse nesta quarta (30) que a mãe do adolescente não sabia da medida protetiva que os afastavam e que irá entrar na Justiça contra o servidor público.

Rodrigo Pouso, advogado da mulher, diz que pelo próprio vídeo é possível atestar que a mãe não sabia da existência da medida. “Se você assistir o vídeo, você vê ele gritando “você tem uma medida de proteção” com arma no punho e ela gritando “não sei o que é isso”. E isso se materializa na certidão”, diz.

O advogado, que teve o ao documento, afirma que ainda o medida consta o endereço antigo da cliente, o que não teria como ela saber que não poderia ter contato com a criança.

No antigo endereço, acontecia situações de bullying e intimidação dos filhos da mulher. Por isso, a família decidiu se mudar.

“Nós vamos reparar todos os danos que possíveis que essa família sofreu, inclusive a minha instituição [OAB], a partir do momento que ele me xingou”, disse o advogado.

Procedimento inadequado 5m4l5z

Um vídeo registrado mostra o momento que o delegado Bruno chega na residência com três policiais. Depois, invade a casa ordenando para que os moradores da casa se deitassem no chão. Em seguida, pergunta se tem mais pessoas na casa e pede que outros saiam do local. Uma massagista estava na casa. A câmera marcava 21h38 como o horário da ação.

Nas imagens, é possível ouvir o choro de uma criança de 4 anos, que seria filha do casal. O caso teria acontecido por uma briga de adolescentes.

“Essa forma extrapolou qualquer tipo de autoridade policial. Na verdade, você não pode agir com nenhuma pessoa desse modo. Do jeito que foi feito, foi uma invasão de domicílio, com arma em punho. Não tinha necessidade nenhuma. Tinha criança gritando. Falando palavras, xingando, mandando todo mundo deitar. Com arma na cabeça, dizendo ‘vou estourar sua cabeça'”, relata Pouso.

A defesa ainda argumenta que o delegado uso do aparato policial para tomar uma atitude de briga familiar. “Após a análise que eu fiz, pela fala dele mesmo, ele estava como pai. Então ele usou todo um aparato”, afirma. “Então ele estava usando de todo o sistema policial para fazer essa abordagem, invasão”.

A mulher foi ouvida pela reportagem e confirmou que não sabia da medida. “Ninguém entendeu aquele absurdo, ele entrando aqui em casa daquela forma”. A mulher afirma que mudou de casa porque se sentia intimidada e por seus filhos.

O advogado ainda afirma que não foi mulher que foi buscar a criança, queria sido o avô, que é responsável pelo menor, quem levou ele.

Outro lado 1o5c4

Por meio de nota, divulgado nesta terça (29), ao Primeira Página, o delegado Bruno Ferreira disse que efetuou a prisão em flagrante e se desentendeu com o advogado Rodrigo Pouso Miranda. Entretanto, afirma que as acusações são mentirosas e disse que já pediu desculpas ao advogado pelo tratamento dispensado.

O delegado afirmou que fará nova manifestação após o pronunciamento da Corregedoria da Polícia Civil, que investiga o caso.