Defensoria pede intervenção em prisão infestada com sarna entre presos 5j65o
Governo de MS informou que vai elaborar um planejamento de enfrentamento efetivo da crise sanitária 92m4l
Após inspeção encontrar mais de 500 presos infectados com sarna e furúnculos espalhados pelo corpo, a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul pediu a intervenção do governo do estado, na PED (Penitenciária Estadual de Dourados), a 201 quilômetros de Campo Grande. As imagens da visita revelam o cenário chocante dentro do maior presídio do estado. (Confira abaixo).

Conforme o coordenador do Nuspen (Núcleo do Sistema Penitenciário (Nuspen), Cahuê Urdiales, a inspeção foi realizada no dia 23 de janeiro em todos as celas da penitênciária, que encarcera cerca de 2,4 mil detentos.
“A situação é grave, crítica e exige intervenção rápida e efetiva do poder público. É evidente que as condições nos presídios estão longe de serem aceitáveis, mas, atualmente, faltam as medicações básicas para tratamento, tanto para sarna quanto para a furunculose, que são a Ivermectina e antibióticos, respectivamente”.
Cahuê Urdiales.
Conforme a Defensoria Pública há falta de assistência médica aos presos contaminados pelas doenças.
“A situação em que encontramos os presos, cheios de feridas abertas, furúnculos e sarna, dormindo em cobertores no chão e em um calor inável, com as celas fechadas e sem ventilação é uma das coisas mais tristes que vi na vida. Nem para animais se aceita esse tratamento e essas condições. Então, não dá para acreditar que são pessoas sendo tratadas desta forma. E o pior de tudo é a falta de preocupação das autoridades, pois não estavam fornecendo os remédios necessários para o tratamento, porque tais remédios não estavam nem na lista da prefeitura”.
Defensor Lucas Pimentel, coordenador do Nupiir (Núcleo de Defesa dos Povos Indígenas e da Igualdade Racial e Étnica).

Para além da falta de medicamentos e água na maior parte da unidade, os problemas estruturais da penitenciária agravam o problema.
Também participaram da inspeção o coordenador do Nucrim (Núcleo Criminal), defensor público Daniel Calemes; da coordenadora do Nudedh (Núcleo dos Direitos Humanos), defensora Thaísa Defante e assessores dos núcleos temáticos.
Após a visita, os representantes da Defensoria Pública se reuniram com o secretário de Estado de Saúde, Maurício Simões, e a secretária-adjunta da Secretaria de Estado de Saúde, Christine Maymone, para deliberar sobre a crise sanitária. No encontro ficou acordado que um planejamento será elaborado para o enfrentamento efetivo da crise sanitária.
Junto à Agepen, os defensores também sugeriram a tomada de algumas medidas de urgências, como o aumento do banho de sol, o fim do racionamento de água e a troca de colchões.
Um relatório com as imagens, informações levantadas e os relatos dos detentos ouvidos no presídio também será elaborado e encaminhado para a Sejusp (Secretária de Estado de Justiça e Segurança Pública).
