De vermelho, ex-guarda vira ponto focal entre réus por morte de Matheus u6e5k
Cor usada por ex-guarda civil de Campo Grande foi escolha errada da defesa, analisam advogados experimentados em júri 673u3e
Por volta das 8h40 deste dia 17, Jamil Name Filho, 46 anos, Marcelo Rios, 46 anos, e Vladenilson Daniel Olmedo, 63 anos, entraram, exatamente nessa sequência, no plenário do Tribunal do Júri em Campo Grande. Um após o outro, sentam-se no banco dos réus, para o julgamento pelo assassinato de Matheus Coutinho Xavier, crime de pistolagem ocorrido 4 anos atrás.
A cena chama atenção por um detalhe: Marcelo Rios está de camiseta polo vermelha, de manga curta, em contraste com os outros dois, vestidos de camiseta branca, com manga comprida.
É automático: os olhos se voltam para a cor chamativa.
O trio se senta no banco dos réus, com Marcelo Rios ao meio. A posição dos réus é alterada logo na sequência, a pedido de uma das defesas. Rios vai para a ponta direita, separado de “Jamilzinho” por Vladenilson Olmedo.
Vestido de vermelho, o ex-guarda civil metropolitano Marcelo Rios segue como o ponto focal entre os acusados.

A reportagem conversou com criminalistas, sob reserva do nome, para não se indispor com os colegas. Eles opinaram que a escolha da roupa de Marcelo se configura em erro estratégico.
“Eu nunca deixaria um cliente meu ir pro júri de vermelho em um crime de sangue”, disse um tribuno, acostumado ao ambiente no qual tudo comunica.
Júri é, essencialmente, exercício de convencimento dos sete jurados, lembra o criminalista.
“Isso é um erro gigantesco de estratégia psicológica de plenário”, pontua outro operador do Direito com 400 atuações em de tribunais do júri.
“O vermelho dá uma conotação, para aqueles que veem, de agressividade. No mundo normal, tem contexto erótico, no contexto de cenário de crime, transparece uma certa violência”, argumenta o advogado.
Em conversa com um profissional da advocacia pública, o comentário foi imediato: “Não foi uma boa escolha, definitivamente”.
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“Branco transmite pureza, inocência, limpeza. O vermelho é a primeira cor que nossos olhos enxergam, dito isto, ele é que vai mais chamar atenção no tribunal”, analisou, a pedido do Primeira Página, uma profissional especialista em linguagem corporal ou comunicação não verbal.
“Vermelho transmite força, aumenta o batimento sanguíneo, está ligado à sedução e perigo/alerta”, complementa.
A profissional observou a linguagem corporal dos réus.
“Pela linguagem corporal dele [Marcelo Rios] na foto, ele parece o mais introspectivo, preocupado, sério. Os outros estão transmitindo tédio”, informa.
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Os calçados f5r4e
Os três réus fizeram escolhas bem distintas com relação aos calçados. Jamil Name Filho está com um sapatênis da marca internacional Tommy Hilfiger, a mesma da jaqueta puffer preta usada em alguns momentos.

Marcelo Rios usa um tênis esportivo, de marca não identificada, de cor verde limão.

O policial aposentado Vladenilson Daniel Olmedo é o mais informal nesse quesito: está calçando chinelo de borracha branco.

Não há regra para a vestimenta dos réus, além do veto já pacificado nos tribunais superiores ao uso de uniformes de presídios, diante das queixas de defensores de que isso prejudica os acusados diante dos jurados.