Confira mais detalhes do depoimento do filho de homem que empurrou menina em escola 5ud18
Criança de quatro anos foi ouvida como parte da investigação sobre episódio em que o pai o separou de uma coleguinha da mesma idade, no pátio de escola municipal de Campo Grande 3b5x6v
O depoimento especial tomado pela Polícia Civil com o garoto de quatro anos que foi pivô de episódio de agressão a uma colega de escola pública nesta semana, em Campo Grande, também tem uma fala sobre ser punido com chinelo e cinto quando faz arte.

O relatório do depoimento, ao qual o Primeira Página teve o, revela que ao ser perguntada sobre o que acontece quando faz “arte”, a criança disse que tanto o pai quanto a mãe “bate”, com chinelo e cinto.
Como mostra reportagem no ar deste esta quinta-feira (14), durante o depoimento especial, o menino revelou que pai só gosta de pessoas de “olho azul” e não gosta daquelas que tem “olhos castanhos”.
“O meu pai não gosta que me pega, é porque meu pai só gosta de quem tem olho azul, ele odeia quem é de olho castanho.”
Depoimento especial à DEPCA
O que diz a Polícia Civil 3wj5k
Essas informações acrescentam componentes à investigação sobre o episódio ocorrido no dia 11 de março, quando na entrada para as aulas, o genitor do menino, de 32 anos, invadiu a fila das crianças para separar o garoto de uma menina de quatro anos, negra, que o abraçava.
A cena foi filmada; veja:
Da parte da Polícia Civil, a situação vinha sendo tratada como contravenção penal, enquadrada em vias de fato. A diretora da escola, de 69 anos, também foi empurrada.
A tipificação, caso as apurações levem para questão do preconceito, seria de injuria racial, na modalidade de incitação, ível de pena de até cinco anos de reclusão.
Procurada, a Polícia Civil informou que o inquérito ainda está em andamento, sem revelhar detalhes. Dessa vez, não foi dito que não há indícios de crime ligado a racismo, como na primeira manifestação da corporação.
“A Polícia Civil de MS informa que está atualmente conduzindo uma investigação abrangente sobre os eventos recentes ocorridos em uma escola municipal da capital. Nesse sentido, a dinâmica e tipificação dos incidentes estão sob sigilo das autoridades policiais, em razão da natureza sensível desta apuração, que exige cautela.”
Nota da Polícia Civil ao Primeira Página
A família insiste que o caso seja tratado como crime de racismo, ainda mais diante das revelações do depoimento do menino.
“A família e sua assessoria lamentam profundamente o enquadramento do caso e a postura adotada pela polícia especializada, e informa que tomará todas as medidas judiciais necessárias.”
Nota das advogadas da família da menina, Lione Balta e Flávia Heloísa Ancelmo