Comitê estuda possíveis falhas do Estado na proteção às vítimas de feminicídio 156j6

Para a defensora pública Rosana Leite "os feminicídios são delitos anunciados e podem ser evitados" 4121b

Um estudo busca identificar as possíveis falhas do Poder Público na prevenção de casos de violência contra mulheres está sendo realizado pelo Comitê para Análise de Feminicídios, da Defensoria Pública do Estado. Mato Grosso teve 42 casos de feminicídio registrados só neste ano.

Defensora pública Rosana Leite fala sobre o estudo do Comitê para Análise de Feminicídios. (Vídeo: Davi Vittorazzi)

Feminicídio e poder público 4z1462

Membros do Comitê se reuniram no Fórum da Capital na manhã desta quarta-feira (13), para discutir o cenário de feminicídios neste ano e analisar dados de pesquisas, nas quais foram ouvidos amigos e familiares de mulheres vítimas de violência em Mato Grosso em 2023.

Em entrevista ao Primeira Página, a defensora pública Rosana Leite afirmou que “os feminicídios são delitos anunciados e podem ser evitados”, com isso, devem ser enfrentados não pelas famílias das vítimas, mas pelo poder público.

Diante dos casos de extrema violência contra o gênero feminino, registrados em 2023, o Comitê pensou em realizar a pesquisa, de janeiro a maio deste ano, ouvindo os conviventes das vítimas desse tipo de crime em Mato Grosso.

Os dados do estudo do Comitê para Análise de Feminicídios devem ampliar o fortalecimento das políticas públicas de combate à violência contra a mulher. (Foto: Reprodução)
Os dados do estudo do Comitê para Análise de Feminicídios devem ampliar o fortalecimento das políticas públicas de combate à violência contra a mulher. (Foto: Reprodução)

O plano, segundo a defensora, era entender o cenário nos quais as vítimas viviam, possibilitando uma visão geral de onde e como o poder público poderia ter agido para prevenir e até evitar casos de feminicídio.

“Se eles podem ser evitados, nós, do poder público, estamos falhando em algum lugar e essa falha que nós queremos diagnosticar, onde ela está acontecendo”, disse a defensora ao Primeira Página.

A defensora ainda explicou que a participação na pesquisa foi de livre adesão e, durante a realização do questionário, psicólogos e assistentes sociais dos órgãos que compõem o comitê também participaram.

As análises dos casos ainda está sendo feita pelo Comitê e os resultados da pesquisa devem ser divulgados e entregues à entidades competentes em janeiro do ano que vem, para a revisão e fortalecimento das políticas públicas de combate à violência contra a mulher, conforme a defensora.

“Queremos traçar a forma de vida dela… quando acontece um feminicídio não temos que nos preocupar apenas com o autor e materialidade […] precisamos conhecer a volta da vida dessa mulher por ser um delito complexo e por, justamente, acontecer por menosprezo à condição de mulher e dentro do ambiente doméstico e familiar”, afirmou a Rosana Leite.

O Comitê foi composto por membros do Tribunal de Justiça, da Sesp (Secretaria de Segurança Pública), pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e pela UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso).

Cenário do feminicídio em MT 114g3y

Por terem tido suas mães assassinadas por homens, 36 crianças e adolescentes ficaram sem a figura materna em suas vidas no primeiro semestre de 2023 em Mato Grosso.

Entre os casos de feminicídio registrados pela Polícia Civil, seis ocorreram com as mulheres sendo assassinadas na frente de seus filhos.

levantamento feminicídio em MT
(Fonte: Polícia Civil de Mato Grosso)

Neste ano, o último caso que chocou os mato-grossenses, foi o assassinato de uma família – mãe e três filhas, de 19, 13 e 10 anos – que foram mortas a facadas e abusas sexualmente, no mês ado, em Sorriso, a 420 km de Cuiabá.  

Gilberto Rodrigues dos Anjos, 32 anos, foi indiciado pelos crimes de 4 feminicídio, 2 estupros e 1 estupro de vulnerável contra as vítimas. Segundo o delegado Bruno França, o homem – que trabalhava de pedreiro em uma obra ao lado da casa da família – agiu com desprezo às mulheres, pelo modo com que se referiu ao caso durante a confissão e nos depoimentos.

O acusado, ainda de acordo com o delegado, vigiava as vítimas há algum tempo, antes decidir matá-las.

Foto famila morta Sorriso
Foto da família publicada nas redes sociais em um eio na praia, publicada em 2018. (Foto: Instagram)

Outra vítima da violência de gênero foi a advogada Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, de 48 anos, morta pelo ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis, de 49 anos, em agosto deste ano.

Cristiane foi encontrada morta dentro do próprio carro no Parque das Águas, em Cuiabá.

Cristiane Castrillon - advogada morta (Foto: reprodução)
Cristiane Castrillon – advogada morta (Foto: reprodução)

Ainda na Capital, Emily Bispo da Cruz, de 20 anos, foi morta a facadas na frente no filho dela, no Bairro Pedra 90, pelo ex-namorado. Antônio Aluízo foi julgado no dia 10 de agosto e condenado a 20 anos de prisão.

A vítima foi atingida com cerca de 10 facadas, na frente do filho, em Cuiabá. (Foto: Reprodução)
A vítima foi atingida com cerca de 10 facadas, na frente do filho, em Cuiabá. (Foto: Reprodução)

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