Comandante-geral diz que militares não querem trabalhar nas ruas para evitar confronto 1q455v
De acordo com o comandante-geral, a orientação para os policiais militares é para que, numa situação de confronto, o criminoso seja imobilizado p2249
Após a operação Simulacrum, desencadeada pela Polícia Civil e que resultou na prisão de policiais militares, o comandante-geral da PM/MT, coronel Alexandre Mendes, disse que muitos militares não querem mais trabalhar nas ruas por medo de se envolver em situações de confronto e não poderem reagir.

“É algo que nos amedronta. Nós temos que levar para a tropa, para que possa continuar trabalhando com todo profissionalismo possível, mas infelizmente é um caso para pensar. Nós temos hoje policiais que não querem mais trabalhar na rua, com medo, receio de enfrentar uma necessidade de troca de tiro e, as vezes, ficar omisso em reagir”, disse ele.
Ainda de acordo com o comandante-geral, a orientação para os policiais militares é para que, numa situação de confronto, o criminoso seja imobilizado.
“Eu, coronel Mendes, me deparando com uma situação de confronto, vou reagir. E você não vai reagir para ferir. Você tem que reagir de uma forma que você vai imobilizar aquela pessoa para que ela não possa disparar tiros, colocando você como vítima e terceiros também”, explicou.
Segundo Mendes, é importante ressaltar para os policiais militares que a função constitucional da corporação é a preservação da ordem pública.
“Temos que defender a sociedade, o estado de Mato Grosso, com todo aparato possível para que o Estado domine toda sua região. Não podemos permitir que o poder paralelo, que o crime organizado, possa se organizar para dominar o Estado”, finalizou.
Operação Simulacrum 2n1o61
Militares do Bope, Rotam e Força Tática presos durante a Operação Simulacrum, da Polícia Civil e do Ministério Público do Estado, são investigados pela morte de 24 pessoas em Cuiabá e Várzea Grande.
Consta na ação que culminou nos pedidos de prisão que eles são suspeitos de homicídio doloso, sequestro ou cárcere privado, roubo, extorsão, extorsão mediante sequestro, estupro, atentado violento ao pudor, rapto violento, epidemia com resultado de morte, envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte, quadrilha ou bando, genocídio, tráfico de drogas, crimes contra o sistema financeiro e crimes previstos na Lei de Terrorismo.
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São seis inquéritos policiais que contam os fatos em ordem cronológica, entre 4 de outubro de 2017 e 3 de outubro de 2020, nos quais pessoas que supostamente iriam praticar roubos foram paradas por policiais militares, ocasiões em que alguns foram mortos e outros conseguiram sobreviver.
Investigações identificaram pontos semelhantes e convergentes entre os casos, com indícios de “execução”, tais como excessivo número de disparos efetuados pelos policiais militares; ausência de disparos na direção oposta; inexistência de lesões de defesa nas vítimas, caracterização de “tiro encostado”.
Também chamou a atenção o fato de sempre haver a figura de um “segurança/vigilante” que ava informações de locais fáceis e lucrativos para a prática de assaltos, porém, os indivíduos cooptados eram interceptados e mortos por policiais militares, os quais alegam que haviam recebido informações anônimas sobre os supostos assaltos e planejaram a abordagem, momento em que entraram em “confronto” com os criminosos, agindo em legítima defesa.
Ainda de acordo com a ação, os policiais forjavam ocorrências para obter elogios em suas fichas funcionais, conseguindo, assim, promoção na instituição. Essas ocorrências valorizavam os batalhões, bem como ganhavam notoriedade na mídia.
Comentários (2) 3f1c4k
E pra que dar a cara a pau. Trabalha mais so que a outra policia e os carcereiros, recebe menos e nao tem amparo juridico. E mais, a socidade e omissa e dada a apoiar faccoes
No comando geral tá cheio de gente que não quer trabalhar nas ruas!