'Catrapo' e 'The Fallen': PF vem a Campo Grande durante operações contra tráfico de drogas 213n5w
Os alvos da megaoperação em Mato Grosso do Sul não foram divulgados 2td39
As operações contra a organização criminosa de tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e contrabando, liderada por Sérgio Roberto de Carvalho, o ex-major da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul considerado o “Escobar Brasileiro”, também cumpriu mandados de busca e apreensão em Campo Grande.
Os alvos da megaoperação em Mato Grosso do Sul não foram divulgados, mas, pelo menos, dois endereços foram visitados por policiais federais na manhã desta quarta-feira (6).
Major Carvalho, como é conhecido, foi preso no mês ado em um hotel da Hungria, após ficar anos foragido e chegar até a forjar a própria morte com um atestado falso assinado por um médico de Málaga. Para a polícia brasileira, ele lidera esquema de tráfico de drogas por mar, terra e ar e envia cocaína para Portugal, Espanha, Itália, Bélgica, Holanda e Alemanha.
Dessa vez, as operações são contra o tráfico de drogas aéreo. Segundo a polícia, o grupo comprava aeronaves na Europa e enviava ao Brasil, os prefixos eram alterados ilegalmente e os aviões usados no transporte de cocaína. O mesmo era feito com peças para manutenção da “frota” do tráfico. O ex-policial sul-mato-grossense seria o centro de todo o esquema criminoso.
Investigações antigas da Polícia Federal já apontavam que Carvalho gerenciava grandes remessas enviadas a Europa e cuidava do contato com os fornecedores ao recebimento seguro das cargas. Também adquiria embarcações pesqueiras, aeronaves, criação fictícia de empresa em nome de terceiros, no uso de documentos falsos e na ocultação de bens. Tudo para garantir os “negócios ilegais”, sem chamar atenção das autoridades.
Para a polícia, o ex-policial militar controla, pelo menos, seis organizações criminosas que atuam em diversas regiões do Brasil. São eles:
- Grupo Marcio Cristo e o Grupo Zoio; ambos atuam em Paranaguá na exportação de cocaína para vários países da Europa com métodos diferentes: da ocultação em contêineres até a ocultação em cargas e máquinas.
- Grupo Logístico, em São Paulo; concentra a maior parte do fornecimento de cocaína para os outros grupos que integram a organização criminosa. Fazem barracões locados com documentos falsos de depósito e preparam veículos com compartimentos ocultos para o transporte da droga.
- Grupo Frutas Nordeste e Grupo Barcos Natal; juntos cuidam do transporte de drogas pelo mar. São especialistas na ocultação da drogas em cargas industriais por terra, até o transporte marítimo em grandes embarcações de pesca.
- Grupo Rio Preto; é ele o responsável pelo tráfico aéreo. Cuida da distribuição de carregamentos de cocaína em aviões, da parte documental de despachos aduaneiros de exportações de cargas ocultando grandes carregamentos da droga e da compra de aeronaves em nome de laranjas.

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A manhã desta quarta-feira começou com duas operações com centros de coordenação em dois estados, Mato Grosso e Pernambuco.
A primeira, a The Fallen, começou a ser investigada em 2020, quando foi descoberta a importação de peças de aeronaves portuguesas por uma empresa de Recife (PE). Os itens entraram no Brasil pelo porto de Itajaí, Santa Catarina.
Constatou então um esquema de contrabando de peças de aeronaves para o país a fim de serem usadas por narcotraficantes em atuação na fronteira.

O grupo também fazia lavagem de dinheiro, usando empresas de fachada para movimentar dinheiro em território nacional, e empresas com sede no exterior para viabilizar a compra de aviões fora do Brasil. Essas aeronaves serviam tanto para os investigados quanto para outras organizações criminosas.
“A quadrilha investigada trazia do exterior aviões e, chegando ao território nacional, fazia a adulteração dos prefixos das aeronaves. Elas eram utilizadas para buscar droga na Bolívia e no Peru com destino principalmente à Europa. Para isso, eles cruzavam cerca de 10 estados do território nacional”, disse o superintendente da PF em Mato Grosso, Sérgio Sadão Mori.
Ao todo, na operação The Fallen, são cumpridos 21 mandados de buscas e seis de prisão preventiva, todos expedidos pela Justiça Federal de Pernambuco, nos estados de Pernambuco, São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Bahia.
Em paralelo, policiais federais também saíram as ruas para cumprir mandados da Operação Catrapo. Aqui, os investigados usavam os aviões com prefixo adulterado para transportar cocaína comprada no Peru e na Bolívia até a Europa.
Entre os estados na rota do tráfico, está Mato Grosso. Os investigados usavam aeroportos particulares de fazendas no interior do estado para guardar a cocaína. O grupo criminoso chegou a ter três aviões com o mesmo prefixo.
“Essa organização se aproveitava da estrutura de aviação privada existente em Mato Grosso, assim como de fazendas localizadas no interior do estado e utilizavam para guarda e armazenagem da substância ilícita, proveniente dos estados vizinhos”, explicou Jorge Vinicius Gobira Nunes, delegado regional de Combate ao Crime Organizado da PF em Mato Grosso.
Durante as apurações, foram interceptadas duas toneladas da droga e R$ 40 milhões em patrimônio. Na ação desta quarta-feira foram cumpridos 30 mandados de busca e 13 de prisão temporária em Mato Grosso (nos municípios de Cuiabá, Poconé, Várzea Grande e Aripuanã), São Paulo, Pará, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Amazonas, Paraná, Rondônia e Tocantins.
