Caso Nery: celulares de PMs mostram confissão velada e manipulação de provas, diz MP 464j6t

Para o Ministério Público, a decisão que concedeu liberdade aos policiais militares "desconsiderou elementos técnicos robustos” que comprovam a simulação do confronto armado. 6b5b2a

O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) protocolou nessa semana um pedido à Justiça para que seja revogada a liberdade provisória dos quatro policiais militares acusados de envolvimento na morte do advogado Renato Nery, ocorrida em julho de 2024, em Cuiabá.

Segundo o MP, há fortes indícios de que o suposto confronto que resultou na execução do advogado e na morte de outra pessoa foi forjado, e os réus representam risco concreto à ordem pública e à investigação.

PMS QUE SIMULARAM O CONFRONTO
Os quatro policiais militares são investigados por participação na morte do advogado Renato Nery. (Foto: Reprodução)

No documento, o MP destaca que a decisão judicial que concedeu liberdade aos PMs — o sargento Wailson Alessandro Medeiros Ramos, os sargentos Jorge Rodrigo Martins e Leandro Cardoso, e o cabo Wekcerlley Benevides de Oliveira — “desconsiderou elementos técnicos robustos” que comprovam a simulação do confronto armado.

A instituição afirma que as medidas cautelares impostas “são manifestamente inadequadas diante da sofisticação criminosa verificada”.

Trechos extraídos dos celulares dos acusados reforçam indícios 455z42

No pedido, os promotores anexaram conversas extraídas dos celulares dos investigados, que estavam presos desde março e foram soltos na semana ada por decisão do juiz Francisco Ney Gaíva. Em uma das mensagens, o sargento Wailson diz:

“Acabei de trocar tiro tá? Cara tomou um disparo no peito, transfixou, deu hemotórax […], não morreu, cara!”

Em outro trecho:

“Mas tá bom, tá de boa. Mas tem aquela coisa, todo confronto tem alguém morto. […]”

O MP também chama atenção para o fato de Wailson ter pesquisado na internet sobre a morte de Renato Nery no dia 22 de fevereiro — cinco dias após prestar depoimento sobre o caso à Delegacia de Homicídios. No mesmo período, o policial salvou uma foto do advogado no celular.

Para os promotores, esses dados mostram que ele já tinha conhecimento dos crimes e interesse pelo caso.

Conversas entre PMs mostram tentativa de forjar confronto. (Vídeo: TVCA)

Grupo de WhatsApp revela tentativa de manipulação 402h6

Outro ponto central do pedido do Ministério Público é a existência de um grupo de WhatsApp criado no mesmo dia do suposto confronto, chamado “Gol Branco”, onde os quatro PMs teriam combinado versões dos fatos antes dos depoimentos. Um dos policiais escreveu:

“Sempre conforme o B.O., entendeu? O B.O. tá ali, dá uma olhada de novo.”

Além das mensagens, o MP destaca que a perícia concluiu que não houve troca de tiros, como alegado inicialmente pelos policiais. Os exames apontam que as armas atribuídas aos supostos criminosos foram plantadas na cena, incluindo a mesma arma utilizada para ass Renato Nery.

Histórico de violência e influência preocupam 3i5y1x

No pedido, o MP também relembra que dois dos acusados — Jorge Rodrigo Martins e Leandro Cardoso — são réus na operação “Simulacrum”, deflagrada em 2022 para apurar execuções em confrontos forjados envolvendo mais de 60 policiais militares de Mato Grosso.

A investigação atual apurou ainda que as munições encontradas na cena do crime pertencem à Polícia Militar, em especial ao batalhão da ROTAM, onde os acusados atuavam até recentemente.

Com a decisão judicial que autoriza a volta dos réus ao trabalho, o MP alerta para a possibilidade de interferência nas investigações e intimidação de testemunhas.

“A influência dos acusados dentro da corporação e o histórico de atuação violenta aumentam o risco à integridade do processo penal e à ordem pública”, afirma o Ministério Público.

Defesa e decisão anterior 285920

Ao conceder a liberdade provisória, o juiz Francisco Ney Gaíva argumentou que os réus possuem residência fixa, bons antecedentes, vínculos familiares e colaboraram com a investigação, não representando, segundo ele, risco imediato.

“A simples gravidade do delito e o fato de envolver servidores públicos não autorizam, por si sós, a privação da liberdade antes do trânsito em julgado”, justificou o magistrado.

A Justiça ainda deve se manifestar sobre o novo pedido do Ministério Público nos próximos dias. Enquanto isso, o caso continua sendo acompanhado com atenção por entidades de direitos humanos, juristas e a sociedade civil.

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