Bandidos deixaram de traficar e roubar para dar golpes nas redes sociais, diz delegado 1z5r49
Investigação da inteligência da Polícia Civil de MT e SP apurou esquema "gigantesco" de golpes, diz delegado 41736e
A Polícia Civil afirma que o número e vítimas da quadrilha alvo da Operação Miqueias, nesta quarta-feira (13), é “gigantesco” e que bandidos que agora aplicam golpes pela internet já têm agens por crimes como tráfico e roubo. São cumpridos 21 mandados de busca e apreensão em Cuiabá e Várzea Grande, em parceria com policiais civis de São Paulo.

O esquema, de acordo com o delegado da Polícia Civil de São José do Rio Preto (SP) Renato Gomes Camacho, chamou a atenção devido à grande movimentação financeira e o alto número de vítimas dos golpes.
Conforme o delegado, a inteligência da polícia identificou que o recebedor dos valores dos golpes era a mesma pessoa, na maioria das vezes. Boa parte do dinheiro oriundo dos golpes em São Paulo era enviada para contas bancárias de pessoas de Cuiabá e Várzea Grande.
“Assim, identificamos a possível existência de uma organização criminosa. O número de vítimas é gigantesco. Apenas [com] um alvo, que identificamos hoje em Cuiabá, conseguimos apreender diversos cartões. Só contra ele, havia 41 boletins de ocorrência. Uma pessoa apenas. Para falar a verdade, é impossível saber a quantidade de vítimas que foram alvo dessa organização”, disse o delegado.
Os golpes i169
O grupo desenvolveu diversas formas de crime, e muitos dos mentores são criminosos com agens por tráfico, roubo e furto, mas que teriam ado a agir como estelionatários por conta da facilidade e da menor exposição a riscos.

“Os autores vão se diversificando. Quando um golpe não tem muito sucesso, eles vão mudando. Há várias nuances criminosas. Infelizmente, a criminalidade se atualiza. Temos várias informações de criminosos que praticaram tráfico, roubo, e eles migraram para o estelionato por ter menos exposição”, detalhou.
Modus Operandi 1r27i
Os criminosos se utilizam das redes sociais, como WhatsApp, e um site de compra e venda, a OLX, para enganar as vítimas. Pelo WhatsApp, os criminosos criavam um perfil falso usando uma foto da vítima, e entravam em contato com amigos e familiares pedindo dinheiro emprestado. As vítimas, então, induzidas a erro, faziam transferências via Pix para contas indicadas pelo grupo criminoso.
“Eles conseguiam ar o conteúdo das mídias sociais, particularmente do WhatsApp, e pegavam os contatos dessas pessoas e as conversas que mantinham. Nisso, eles conseguiam saber quem era a mãe, o pai, os parentes. Então, copiava a foto em um número diferente. Entravam em contato e davam várias desculpas, dizendo que o celular havia quebrado e que iriam conversar por aquele número. Depois de uma hora entravam em contato de novo e pediam dinheiro ou transferência”, explicou o delegado.
LEIA MAIS: 6411i
Polícia Civil faz operação contra grupo que aplicava golpes pela OLX e WhatsApp
Já pela OLX, os criminosos aproveitavam anúncios de veículos em sites de compra e venda pela internet para oferecer automóveis anunciados, enganando assim compradores e vendedores para que depositassem o dinheiro na conta da associação criminosa.
“Em outra modalidade, eles utilizam um site de vendas. Fazem um anúncio e dizem que outra pessoa vai vender um carro, mas pedem que a vítima não entre em contato com o proprietário porque já foi feita aquela negociação. Assim, fazem duas vítimas: o comprador do carro e o vendedor. As pessoas não percebem que há uma terceira pessoa intermediando e que é um estelionatário. Tem uma vítima que transferiu R$ 120 mil a um estelionatário para a compra de uma caminhonete”.

Nos últimos três anos, centenas de suspeitos envolvidos nos golpes foram presos, tanto na região de São José do Rio Preto (SP) e São Paulo (SP), quando em Florianópolis (SC) e Cuiabá – somente na capital mato-grossense, esta é a terceira operação deflagrada.
Orientação 2p533d
Para não cair em golpes, o delegado orienta que as pessoas sempre busquem entrar em contato por meio de ligação com a pessoa que pede o dinheiro. A medida é para se certificar de que realmente a voz corresponde à pessoa que você conhece.
“É preciso ter atenção ao máximo. Quando receber uma mensagem pedindo valor, liga para a pessoa para ouvir a voz porque a mãe conhece a voz do filho, por exemplo”, diz ele.
Em transações de compra e venda de veículos, os cuidados devem ser redobrados. Pagamentos só devem ser feitos após a transferência e, de preferência, dentro do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), e após ar por vistoria.