Após acidente, médico que matou no trânsito será investigado pelo CRM 402y3m

Depois de se envolver em mais um acidente, o médico João Pedro da Silva Miranda será investigado também pelo CRM-MS (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul). O rapaz de 29 anos foi preso na madrugada desta quinta-feira (8) por dirigir bêbado e sem CNH (Carteira Nacional de Habilitação).

Em nota, o Conselho afirmou que abrirá sindicância para apuração dos fatos e após isso, tomará todas as providências necessárias.

Na época do acidente que matou Carolina Albuquerque Machado, João ainda era estudante. Hoje ele é médico residente em um hospital de Campo Grande. Nesta madrugada acabou preso depois de se envolver em um acidente no encontro entre a rua Doutor Paulo Machado e avenida Arquiteto Rubens Gil de Camillo.

Diferente do acidente de Carolina, desta vez, João Pedro ficou no local do acidente enquanto a vítima era atendida. Equipes do Batalhão de Trânsito foram ao local e perceberam sinais claros de embriaguez no médico; segundo o registro policial, ele estava com os olhos vermelhos e cheirava bebidas alcoólicas, mas se negou a fazer o teste do bafômetro.

Ainda assim, os policiais fizeram o auto de constatação e levaram João para a delegacia. Lá, foi ouvido pelo delegado Rodrigo Camapum. Ao lado do advogado Paulo Vinícius Macena Cardoso, preferiu não dar detalhes do acidente, mas reforçou que permaneceu no local, ajudou a vítima e afirmou que a motorista furou o sinal vermelho e colidiu na caminhonete dele.

Ao Primeira Página, o advogado de João explicou que a prisão foi mantida porque o delegado não tem competência para determinar fiança quando a pena do crime praticado é superior a 4 anos, somente o juiz. “João Pedro, ará por audiência de custódia e a defesa vai atuar no sentido que foi uma fatalidade e que ele procedeu conforme determina a Lei”.

Paulo Vinícius reforçou ainda que João tem todos requisitos de uma pessoa idônea.

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Se de um lado a defesa lembra do médio como uma pessoa idônea, de outro, os advogados que até hoje atuam para a família de Carolina Albuquerque Machado descrevem João como um “bomba relógio”.

“Este já é o terceiro acidente com vítima que ele é o causador. Além disso ele tem um histórico gigantesco de multas por excesso de velocidade. É impossível juridicamente justificar suas condutas alegando descuido ou imprudência, como se fossem ações culposas. Ele utiliza o veículo como arma e não se importa com as consequências, agindo com dolo eventual, assumindo o risco de matar, pois sabe as consequências do que faz, afinal já tirou a vida de uma jovem”, escreveu o advogado Tiago Bunning.

João só foi condenado pelo acidente da advogada em 2021, quase quatro anos depois. Pela morte de Carolina, recebeu pena de dois anos e 7 meses de detenção, além da suspensão da carteira de habilitação por sete meses. Já lesão corporal culposa do filho dela, foi condenado a 1 ano de detenção e suspensão da CNH por 4 meses.

Apesar disso, nunca cumpriu um dia sequer da pena. Desde que recebeu a condenação, recorre a justiça da decisão e por isso, continuava em liberdade.