A esquina entre operações "Codicia" e "Omertà": investigações ampliam suspeita sobre delegado 646w1s
Afastado do comando de delegacia na fronteira Patrick Linares da Costa tem ligações suspeitas com alvos de operação contra máfia, aponta Gaeco 412nd
A operação “Codicia”, que no mês ado levou para a cadeia 6 policiais civis e três traficantes que atuavam na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, levantou a suspeita de envolvimento do delegado Patrick Linares da Costa, afastado do cargo a pedido do Gaeco, com esquema de corrupção praticado por investigados de outra operação conhecida no Estado, a Omertà.
Ainda neste texto você vai entender qual é a “esquina” onde essas duas operações sobre corrupção no meio policial se cruzam.

O delegado afastado Patrick Linares foi impedido de tomar posse como juiz em razão da operação “Codicia”, em que o Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) chegou a pedir a prisão dele, o que foi negado pela Justiça.
Linares é um dos investigados por implantar esquema de corrupção dentro da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã – cidade a 295 quilômetros de Campo Grande. Durante as apurações, o Gaeco chegou à conclusão de que durante o tempo em que o delegado foi titular da unidade, escrivães, investigadores e até um perito criminal cobravam “taxas” para liberar veículos apreendidos.
Caminhonete do Paraguai 135p10
É justamente esse episódio que – conforme os detalhes da investigação a que o Primeira Página teve o – demorou a ligação entre o delegado e denunciados pela operação Omertà. Segundo o Gaeco, Linares entregou ilegalmente a caminhonete Toyota Hilux apreendida pela delegacia, para o investigador Elvis Elir Camargo Lima, preso em setembro de 2019 com o carro e uma pistola.
Pela irregularidade, Linares chegou a ser punido istrativamente pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil com suspensão de dez dias. Para o Gaeco, o que chama atenção é quem assinou como testemunha do termo de fiel de depositário do veículo: o escrivão aposentado Valdenei Peromalle, o “Nei”, e o ex-policial Rafael Grandini Salles.
“Nei”, como é conhecido, foi apontado como o responsável pelas “negociações” com vítimas de roubos e furtos que tinham os veículos recuperados, mas eram compelidas a pagar valores para receber o bem de volta. Com interceptações telefônicas foram descobertas várias conversas do suspeito com vítimas e, principalmente, locadoras e seguradoras.
Rafael Grandini Salles era investigador em Ponta Porã e foi preso por tráfico de drogas, contrabando e organização criminosa. Ele já foi condenado e demitido. Elvis Elir ainda segue na Polícia Civil, com salário bruto de R$ 9 mil, uma vez que os processos nos quais é acusado ainda não transitaram em julgado.
A apuração feita pelo PP indica esse fato como um dos responsáveis pelo pedido de prisão do Gaeco em relação ao delegado. Há outras suspeitas quanto a ele, que, por meio da defesa, alega inocência.