60% das vítimas de feminicídios já tinham relatado violência para família e amigos 601u6m

O resultado é de uma pesquisa realizada pelo Comitê para a Análise dos Feminicídios de Mato Grosso 2c4w2d

De uma mostra de 16 feminicídios que ocorreram de janeiro a maio de 2023, e que fizeram parte de uma análise, 60% das vítimas já tinham contato algum episódio de violência para amigos e familiares. Este dado é de uma pesquisa feita pelo Comitê para a Análise dos Feminicídios de Mato Grosso, divulgado nesta quarta-feira (6), no TJMT (Tribunal de Justiça de Mato Grosso).

mulher com mão na frente do rosto.
No ano ado, 46 mulheres foram vítimas de feminicídio em Mato Grosso. (Foto: Reprodução)

O levantamento gerou dados quantitativos e qualitativos. Segundo o estudo, na maior parte dos casos, os familiares tinham conhecimento sobre o que avam as vítimas. A pesquisa foi realizada a partir de uma mostra de 16 casos, dos 46 de feminicídios cometidos no ano ado.

“Os familiares, amigas e amigos estavam cientes da violência, porém não percebiam ou reconheciam o seu potencial de causar danos. Isso pode ter ocorrido devido a vários fatores, principalmente pela dificuldade em identificar outras formas de violência além da física e pela falta de compreensão sobre o ciclo da violência”, diz trecho do documento.

Das mulheres que tinham companheiros, quando perguntado aos familiares e amigos se a vítima, alguma vez, se queixou do relacionamento que vivia, 67% afirmaram ter ciência da reclamação.

“Os feminicídios são delitos que não bastam apenas [identificar] a autoria e materialidade, mas conhecer o entorno de como viviam aquelas mulheres, para nós trabalharmos a prevenção”, destacou a defensora pública Rosana Leite, durante o evento.

O estudo ainda apontou que das vítimas de feminicídio, 80% das mulheres não tinham medida protetiva contra o autor do crime.

A juíza Ana Graziela Vaz declarou, no evento de lançamento dos resultados, que o propósito da pesquisa foi de entender onde o Poder Público falha ao prestar apoio e socorrer as mulheres que são vítimas de feminicídio. “A gente percebe a falta de investimentos, […] precisamos investir em políticas públicas para sair desse cenário”, destacou.

Enquanto as soluções não aparecem, as mulheres mato-grossenses continuam sendo mortas por homens, sob a única justificativa de gênero. Só neste ano de 2024, houve 8 feminicídios confirmados e um está sob investigação.

Evento para apresentar relatório sobre feminicídio MT (Foto: Davi Vittorazzi)

Como foi realizada a pesquisa 1r491x

Para o realizar a pesquisa, os membros do comitê realizaram entrevistas com os familiares, amigas e amigos e pessoas conhecidas das vítimas. Foi utilizado o rigor dos instrumentos de pesquisas de comitês de ética das universidades públicas, pedindo autorização as pessoas e informando os objetivos do levantamento.

Entre os questionamentos, a pesquisa buscou identificar se as vítimas já estavam submetidas às situações de violência antes do crime de feminicídio. Além de buscar entender se a vítima teve uma rede de apoio.

Os pesquisadores visitaram 13 das 15 cidades onde ocorreram os crimes. Os feminicídios foram registrados na cidade de Barra do Bugres, Cáceres, Campo Verde, Cuiabá, Juscimeira, Mirassol, Paranatinga, Pontes e Lacerda, Rondonópolis e Sorriso.

O comitê é formado pela juíza de Direito da 1ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Cuiabá, Ana Graziela Vaz de Campos Alves Correa, pela defensora pública Rosana Leite Antunes de Barros, coordenadora do Núcleo de Defesa da Mulher e pela defensora pública de Segunda Instância Tânia Regina Matos;

Além do promotor de Justiça titular da 16ª Promotoria de Justiça Criminal da Comarca de Cuiabá, Tiago de Sousa Afonso da Silva, da delegada de Polícia Titular da Delegacia Especializada em Defesa da Mulher de Cuiabá, Judá Maali Pinheiro Marcondes, da representante da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Mato Grosso, Denize Aparecida de Amorim, da assistente social da Cemulher, Adriany Sthefany de Carvalho, e da psicóloga da Cemulher, Renata Carrelo da Costa.

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