10 mulheres mortas, 10 famílias marcadas para sempre em MS x1f25
As vítimas indiretas do feminicídio podem ter e social e emocional para superar trauma através dos serviços de apoio do MPMS 5p5k1b
Luciene, Maria, Marta, Mayara, Joelma, Gisieli, Gisely, Gilvandra, Renata e Daiane. Elas são as 10 mulheres que tiveram o mesmo destino, até o momento, neste ano de 2024. Um crime de ódio que afetou 10 famílias para sempre.

O feminicídio também faz vítimas indiretas que precisam de e social e emocional para superar o trauma e seguir a vida.
No dia 3 de janeiro, Luciene Braga, de 50 anos, foi espancada até a morte pelo marido, em Sidrolândia, município que fica a 57 km de Campo Grande. Desde então, outras 9 mulheres foram assassinadas em Mato Grosso do Sul por maridos, namorados, ex-companheiros e até irmãos.
Os casos mais recentes aconteceram na noite da última sexta-feira (22) em Campo Grande. Renata Andrades Campos Widal, de 39 anos, foi morta pelo próprio irmão na casa onde ela morava com ele e a mãe, no Jardim Centenário. O homem confessou o crime.
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No mesmo dia, menos de 5 horas depois, Daiane Xavier da Silva, de 29 anos, foi esfaqueada no bairro Nova Campo Grande. O marido foi preso.
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Mais uma vez, o feminicídio não faz apenas uma vítima. É um crime que causa dor e sofrimento a todos que convivia com a mulher assassinada. São pais, filhos, familiares que se sentem na escuridão depois da perda.

Há quase 1 ano Karolina Silva Pereira, de 22 anos, morreu no hospital depois de ser baleada pelo ex-namorado. A jovem foi vítima de uma emboscada quando chegava em casa com um amigo, que também foi morto.
Messias Cordeiro, com quem Karolina teve um relacionamento por cerca de 8 meses, confessou o crime em áudios enviados para a mãe dela, Patrícia da Silva Leite.
“Ainda não caiu a minha ficha do que é chegar em casa e não ter a minha filha. Primeiro que para uma mãe você tem um filho hoje e de repente não pode mais abraçar, sentir, cheirar, e esse ano que ou foi um pesadelo atrás do outro (…0 Existe uma revolta minha como mãe, revolta minha na sociedade porque eu criei minha filha para amar”, declara a mãe, emocionada.

Os casos de feminicídio denunciados pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), vão parar no tribunal do júri. Além de atuar no processo, o órgão oferece respaldo às vítimas indiretas do crime.
“Nós temos atuado também em apoio às vítimas e familiares dessas vítimas. Tem uma promotoria de justiça dentro da Casa da Mulher Brasileira. Temos também o Núcleo da Vítima. O que acontece no feminicídio: sempre companheiro, o pai que matou a mulher, e o que sobram? Os filhos, a família que ficou. Esses filhos vão para algum familiar, em outro bairro, em outra localidade. Essas crianças precisam de vagas em escolas. A confusão que acontece, não só juridicamente, mas na questão social e familiar”, destaca Lívia Carla Guadanhim Bariani, promotora de justiça.
A Karolina não teve tempo de ser mãe, mas o crime mudou a vida de toda a família dela. O julgamento do assassino confesso da filha de Patrícia está previsto para o dia 24 de abril.
