Transtorno do Comer Compulsivo ou Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) 4o2u4m
Trata-se, como a própria denominação sugere, de episódios de ingesta alimentar compulsiva, que ocorrem pelo menos uma vez por semana k326f
Comer é bom e quase todo mundo gosta, comer bem é melhor ainda, mas comer pouco ou comer muito pode ser sinal de doença.
Pedro aos 28 anos de idade estava com vinte quilos a mais do peso esperado para sua estatura. Já não era mais sobrepeso e sim obesidade. Pedro sofria com isso, pois não queria ser assim. Lembrava-se de que até os 25 anos participava dos torneios de futebol com mais desenvoltura e dois anos depois tudo lhe parecia mais difícil, principalmente as atividades que necessitassem de maior agilidade.

Sofria e sentia-se culpado por não conseguir controlar os frequentes episódios de compulsão alimentar, que ocorriam pelo menos duas vezes a cada semana. Em cerca de duas horas consumia uma travessa de macarronada e diversos pedaços de torta doce. Comia mais rapidamente do que normalmente as pessoas comem e, mesmo sabendo tratar-se de um exagero alimentar, não conseguia controlar o impulso pela busca do alimento, nem a compulsão de sua ingesta.
Não entendia por que agia assim, já que ingeria os alimentos, mesmo sem sensação de fome. Sentia vergonha por seu comportamento, tanto que, na maioria das vezes, comia sozinho em casa, sentando-se para almoçar, depois que todos haviam saído da mesa.
Resolveu procurar ajuda médica depois de ser reprovado no teste físico de um concurso da polícia, quando devido à obesidade não conseguiu correr o mínimo estabelecido no edital do concurso.
Além dos casos de Laura e Letícia, vistos nas duas semanas anteriores, o primeiro caso de anorexia nervosa e o segundo de bulimia nervosa, temos outros problemas relacionados à alimentação, como é o caso de Pedro, diagnosticado com o Transtorno do Comer Compulsivo ou Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP). Este se trata, como a própria denominação sugere, de episódios de ingesta alimentar compulsiva, que ocorrem pelo menos uma vez por semana, mesmo sem que haja sensação de fome ou com pouca fome, de quantidade muito superior a que é considerada normal, de forma rápida e em curto espaço de tempo.
Muitas vezes a pessoa que sofre deste problema isola-se para comer, por sentir-se constrangida e envergonhada ao ser observada com tamanha quantidade de comida. Apesar de tentar evitar o exagero alimentar, não consegue e o faz compulsivamente para que não surja uma imensa manifestação de ansiedade, caso deixe de comer de modo abusivo. Depois de executar este ato descabido, termina sendo invadido por um inevitável sentimento de culpa e tristeza pelo seu descontrole que, na verdade, é inevitável.
Não há de se confundir o transtorno de comer compulsivo com bulimia nervosa. Nesta há um comportamento compensatório para não ganhar peso, com a provocação de vômitos, uso de diuréticos e laxantes e exercícios físicos extenuantes, visando à perda de peso que seria causada pelo excesso alimentar. Já no transtorno do comer compulsivo não existe comportamento compensatório, daí o sobrepeso e até mesmo a obesidade.
É importante saber que a maioria dos obesos é composta de pessoas que não apresentam este transtorno, são apenas indivíduos que consomem alimentos muito calóricos, de forma abusiva, diariamente, ou seja, são pessoas que se alimentam de forma inadequada, tanto em relação à quantidade, como à qualidade dos alimentos consumidos no dia a dia.
Pedro, agora em tratamento, já consegue realizar exercícios físicos com mais facilidade e vem se preparando para as provas práticas das carreiras policiais dos concursos que virão.