Em 8 meses, Santa Casa teve 38 internados sem identificação 456g2o
Na última semana, a reportagem mostrou o caso de um idoso que estava há um mês no hospital, mas ainda não tinha sido identificado 3x3o7
O caso de um idoso internado sem qualquer identificação na Santa Casa de Campo Grande expôs uma situação relativamente comum na unidade. Segundo o hospital, de janeiro até agora foram 38 pacientes nesta condição. Outros três, que já poderiam ter recebido alta, continuam internados porque não têm para onde ir.

Na última semana, a reportagem do Primeira Página mostrou o caso de um idoso que estava há um mês no hospital, mas ainda não tinha sido identificado. O setor de Assistência Social da Santa Casa fez buscas e, felizmente, conseguiu localizar a família do paciente.
“Era uma pessoa que já estava em uma situação debilitada, a família não tinha informações e eles conseguiram vir até nós e ter esse contato. E hoje eles se encontram acompanhando esse paciente, as rotinas, regularizando as documentações dele”, explicou a Supervisora do Serviço Social da Santa Casa.
O idoso ou por todos os procedimentos necessários nestes casos. O hospital esperou 24 horas para ver se haveria procura por parte da família do paciente não identificado e depois entrou em contato com a Polícia Civil para fazer a coleta de digitais.
“Em torno de 3 a 4 dias eles já vêm e fazem a coleta. Depois desse período, de 7 a 10 dias eles já nos informam se tem o resultado da papiloscopia, se deu positivo, ignorado e o nome do usuário. Aí a gente começa a fazer a busca dessa família, pelo CadSus , que é o cartão do SUS.
Segundo o hospital, de janeiro até agora foram 38 casos de pacientes desconhecidos e, desse total, 23 precisaram ar por coleta de digitais para identificação.
Outra situação é quando o paciente é identificado, mas não tem vínculo familiar ou ninguém próximo, aí ele precisa ficar na Santa Casa, nas chamadas internações sociais, até conseguirem vaga em instituições adequadas.
Três idosos estão nessa situação atualmente. Dois homens, de 84 e 68 anos, e uma mulher de 82 anos. Um deles está na Santa Casa há três meses. Enquanto não conseguem uma vaga em instituições eles continuam no hospital mesmo já de alta médica, situação que prejudica esses pacientes e aqueles que dependem de uma vaga pelo SUS.
O diretor-técnico da Santa Casa, William Lemos, reforça que esta situação é preocupante. “A partir do momento que ele está na instituição hospitalar e não precisa ele acaba sendo exposto a diversas situações, infecções hospitalares. A Ambiência não é a mais adequada. Por um outro lado também são os pacientes que acabam não sendo atendidos porque este leito está sendo ocupado”.
Quando o paciente não tem família ou alguém que possa ou queira acolher e cuidar dele, a responsabilidade pelo bem estar e assistência que a pessoa precisa é do poder público.
A reportagem entrou com contato com a Secretaria de Assistência Social para ter informações sobre os casos dos pacientes que estão na Santa Casa esperando por uma vaga em instituições.
Em nota, eles informaram que o idoso que está há três meses no hospital deve ser encaminhado para uma instituição de longa permanência. De acordo com a SAS, um representante dessa instituição vai até a Santa Casa para se inteirar da situação e avaliar esse acolhimento. A Secretaria disse não ter sido informada sobre os outros dois casos.
O Ministério Público Estadual, que acompanha o caso dos três idosos, disse que o processo é sigiloso, mas avalia a necessidade de acolhimento deles, assim como os locais que podem recebê-los.