Raiva – Intolerância ou Medo? 3u3g47
Pois é, a raiva existe desde sempre, assim como a tristeza, a alegria, o medo e outras emoções boas e ruins 66j5j
Quem nunca sentiu vontade de esganar o outro, de agredi-lo com palavras e até mesmo lhe desejar a morte, ainda que só por alguns instantes? Quem nunca sentiu vontade de bater no outro, de insultá-lo com palavras vis, virar-lhe as costas e sair esbravejando porta afora? A este comportamento irascível denomina-se raiva.
Então pergunto: quem nunca sentiu raiva na vida, esta emoção negativa, que nos faz franzir a testa, trincar os dentes e vontade de esmurrar o que se tem a frente e quando parece não haver nada a esmurrar, direcionamos a agressão a nós mesmos.

Pois é, a raiva existe desde sempre, assim como a tristeza, a alegria, o medo e outras emoções boas e ruins. Até certo ponto, todas elas são normais e até contribuem com o nosso instinto de sobrevivência, mas, às vezes, estimulam nossos instintos mais selvagens.
Quanto à raiva, especificamente – pois é dela que estamos falando – em outras circunstâncias, a a ser uma emoção inadequada e indesejada, que conseguimos ou não controlar e que quando não controlada, pode trazer consequências indesejáveis. Trata-se de uma emoção desagradável, que comumente afasta pessoas umas das outras e chega a desfazer aproximações entre grupos de indivíduos.
A raiva associa-se à reação de luta ou fuga frente às ameaças, logo se trata de uma emoção, que contribui para a sobrevivência humana, daí o caráter ora combativo, ora protetivo. Um pouco de raiva é necessário e até mesmo saudável, porque evita que aceitemos tudo com facilidade, principalmente aquilo que pode nos prejudicar ou que vai de encontro aos nossos conceitos morais e éticos.
Dentro dos aspectos negativos encontram-se a os frequentes momentos de raiva, culminando em desentendimentos e perdas de amizades e coleguismos, além de prejuízos dentro da família, de ambientes acadêmicos e profissionais, inclusive com demissões trabalhistas.
A raiva também, pode estar associada ao aumento do estresse, levando a prejuízos físicos, como hipertensão, aumento de açúcar no sangue e diminuição de resistência a infecções; ou psíquicos, como o prejuízo da atenção, concentração e memória recente, ou o desencadeamento de ansiedade e depressão.
A raiva tem relação, por um lado, com a intolerância, através de uma reação de luta, não necessariamente física, podendo ser por meio de palavras rudes, insultos, ou simplesmente um rosto carrancudo que não pronuncia uma só palavra. Por outro lado, pode ter relação com o medo, por meio de uma reação de fuga de uma ameaça real ou não, mas apenas no seu campo de percepção, por vezes fantasioso. A raiva é proporcional à intolerância e ao medo e vai do normal ao patológico.
A psicoterapia está indicada nos casos em que a raiva faz parte do dia a dia de determinada pessoa e sempre de grande monta, ou seja, com frequência e intensidade consideráveis. O objetivo a ser alcançado pela psicoterapia é que o sujeito enraivecido aprenda a lidar com sua intolerância ou com seus medos e que a percepção de ameaças deixe o campo da fantasia. Quando, porém, a raiva frequente e intensa está presente na vida de alguém e isso traz consequências à sua saúde física e psíquica, pode ser necessário o atendimento médico psiquiátrico.
É preciso compreender, que mais do que controlar a raiva excessiva, é importante que ela apareça com pouca frequência em nossas vidas. Assim seremos menos estressados e mais simpáticos aos olhos daqueles com quem convivemos e até mesmo daqueles que, de vez em quando, cruzam nossos caminhos.