Precisamos falar de varíola dos macacos! 5m3m2z
É com enorme prazer que faço minha estreia na coluna quinzenal no Primeira Página. Nas minhas colunas irei tratar de temas relacionados à saúde e à ciência. Nessa estreia, vamos falar um pouco de varíola dos macacos ou monkeypox. Inicialmente temos que esclarecer que a varíola dos macacos não é transmitida pelos macacos. Aliás, nenhum […] 59682w
É com enorme prazer que faço minha estreia na coluna quinzenal no Primeira Página. Nas minhas colunas irei tratar de temas relacionados à saúde e à ciência. Nessa estreia, vamos falar um pouco de varíola dos macacos ou monkeypox.

Inicialmente temos que esclarecer que a varíola dos macacos não é transmitida pelos macacos. Aliás, nenhum macaco que faz parte da fauna brasileira é suscetível à varíola dos macacos. Esse nome foi dado devido à primeira identificação do vírus em macacos do continente africano em 1958.
A transmissão do atual surto acontece pelo contato íntimo intenso. O que vem a ser esse contato íntimo? É o contato pele a pele com pacientes que apresentam lesões bolhosas e ulceradas sugestivas de varíola dos macacos. Os grupos mais afetados nesse momento são homens que fazem sexo com outros homens. Na maioria das vezes as lesões se apresentam no local do contato prolongado com as lesões e que no atual momento é em boca, e região genital.
Mas é bom ressaltar que a doença não é exclusiva dessa população. Mais importante que atribuir a transmissão apenas a um grupo específico é entender que qualquer pessoa pode adquirir a doença desde que exista um contato pele a pele com as lesões sugestivas de forma prolongada. E isso por exemplo pode acontecer através do beijo, ou em locais de aglomeração como as prisões, sem a necessidade de ter um contato sexual.
Importante que todos fiquem atentos para os sintomas da varíola dos macacos. Se você teve uma exposição de risco nos últimos sete dias e apresentar lesões bolhosas e ulceradas na boca e região genital acompanhado ou não de febre ou aumento de gânglios, procure um serviço de saúde para coletar o material da lesão e fazer o diagnóstico da doença.
Isso é importante para você ter certeza do seu diagnóstico e evitar contatos íntimos e transmissão da doença para outras pessoas nas próximas quatro semanas. Alguns pacientes podem apresentar essas lesões por mais tempo em boca, anus e no canal urinário, o que pode causar muita dor e ser necessário internação hospital para utilização de medicamentos para dor.
Entender como é transmitida, seus sintomas e como evitar novas infecções é importante para controlar a disseminação da doença, principalmente nesse momento em que ainda não temos vacinas no Brasil.