Para especialistas, pandemia fez as pessoas se preocuparem mais com o próximo 4yb31
Legado da pandemia deve ser cuidado maior com o outro 3x1us
Levar algo positivo de uma experiência negativa é algo comum do ser humano, lembra a psicóloga Andressa Alves Barreira. Mas será que a população terá um legado positivo depois que a pandemia da covid-19 acabar?
Para Andressa, somos resilientes e, por isso buscamos alternativas para que o impacto do sofrimento seja minimizado por outras coisas boas. “Aprendemos que, apesar do isolamento e distanciamento social, fortalecemos os vínculos com as pessoas que amamos. O auto cuidado, ou a ser de extrema importância e, saúde mental sem dúvidas a nossa maior prioridade”, explica.

Para a infectologista do HUJM (Hospital Universitário Júlio Muller), Márcia Hueb, a doença fez as pessoas olharem mais para o outro e isso deve continuar.
“O sentido coletivo de que as nossas ações dizem respeito a todos deve ficar. Fica também a evidência de que o mundo precisa estar mais conectado e ser mais solidário”, afirmou.
Ficar mais tempo em casa, que foi uma das medidas de contenção e diminuição da velocidade de contágio da doença no Brasil e em vários outros países, também teria levado as pessoas a fortalecerem os laços familiares.
“Nós percebemos que podemos ficar em nossa casa, podemos estar junto com a família e termos muitos momentos felizes, sem todo o estímulo externo que tínhamos antes”, declarou.
O especialista da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Diego Xavier, também destacou que ao permanecerem mais tempo em seus lares, as pessoas aram a cuidar mais de seus quintais, o que reduziu significativamente os casos de dengue em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
“A gente poderia ter tido junto com a covid-19 também um surto e, até mesmo, uma epidemia de dengue o que traria mais problemas para o quadro sanitário que a gente tem e está enfrentando”, afirmou.
Neste ano o estado já registrou 26.903 casos de dengue. Os números são menores que os registrados no ano anterior, mas ainda assim inserem Mato Grosso com o nível de atenção alto para propagação da doença.
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Em 2021 foram registradas 338 infecções por zika e 323 por febre chikungunya – as três doenças são transmitidas pela picada do mosquito Aedes aegypti.
Em Mato Grosso do Sul, os números registrados pela série história também reforçam a tese do infectologista. Em 2020, foram 52.280 casos prováveis de dengue. Em 2021, os números caíram para 10.078, quando a maior parte da população estava cumprindo quarentena em casa.. Até agora, em 2022, já foram registrados 19.979.

Mudança na pandemia foi tímida 52243u
Apesar do legado positivo, Márcia Hueb avalia que a mudança de comportamento na população foi tímida perto do que poderia permanecer de herança, após a pandemia. Para a especialista é importante que a população compreenda que está sim, conectada, não apenas pela internet, mas pelas ações que interferem no resultado para todos.
“Acho que a gente deveria ter aprendido um pouco mais. Deveríamos ter uma clareza de que toda doença de transmissão respiratória, independente da covid-19, nós deveríamos usar máscara. Toda vez que estiver resfriado, ‘gripado’, como se fala, deveria sair de máscara ou não sair, se for possível. Nesse caso, é para proteger o outro”, enfatizou.
Outro apontamento é de que a população deveria ser mais solidária em relação à vacinação. “Enquanto não vacinarmos os nossos irmãos, que são de países que não têm esses recursos, nós todos vamos estar ameaçados”, reforçou.
Diego Xavier também lembrou que o vírus vai continuar mudando em locais que não tiverem vacina. Inclusive, a OMS (Organização Mundial da Saúde) alertou que a pandemia da covid-19 só vai ser controlada em um país quando ela for controlada em todos.