Tijolo vira banco: espera por teste de covid impõe peregrinação a quem precisa 4p513c
Casos de covid-19 aumentaram nos últimos dias e pacientes buscam por testes em postos de saúde da Capital 1w5o3f
A odisseia para conseguir realizar testes de covid-19 em Campo Grande continua nesta terça-feira (11). Pacientes são capazes de percorrer mais de três postos de saúde por dia e ficar sentado em tijolo para esperar atendimento.
A contadora Marisa Rossi, 56 anos, está desde segunda-feira (10), tentando um teste de covid-19 e apenas hoje foi capaz de conquistar uma senha. Com dor de garganta, febre e dor de cabeça, ela esperou o atendimento sentada em um tijolo por mais de 2 horas.
“Agora que eu consegui um atendimento aqui na Vila Margarida, estou esperando fazem duas horas e meia. Eu fui ontem no posto do Nova Bahia e da Mata do Jacinto e nos dois lugares estavam lotados e não tinham testes”, ressalta.
Ela começou a apresentar os primeiros sintomas na sexta-feira (7). “Ontem eu rodei em vários postos e não consegui. Hoje, eu e meu marido saímos cedo, chegamos às 7h45 e conseguimos o número 15. Agora estou aguardando o atendimento”, explica Marisa.
Apesar dos sintomas, ela afirma que está bem e já tomou as três doses da vacina da covid-19 e da gripe.

Sem atendimento médico 11616n
Trabalhadora da área da saúde, Camila Madeira, 36 anos, também enfrentou dificuldades para realizar o teste de covid-19 e receber atendimento médico. “Eu acabei conseguindo o teste na outra unidade do Batistão, mas eu não pude ar no médico porque não é a minha unidade de referência”, explica.
Segundo ela, o teste foi realizado, mas deve demorar de 4 a 5 dias para sair o resultado. “Mas, não pude ar no médico para pegar o atestado, nem nada. Voltei para a unidade do Caiobá, onde é a minha unidade de referência, mas não tinha médico naquele período, era 8h30 da manhã. Pediram para eu retornar 12h50 para ar por uma consulta de classificação de risco e explicar a minha situação para ver se eu seria atendida”, ressalta.
Camila acabou entrando em contato com um médico particular para viabilizar o atendimento. “No trabalho é obrigatório a apresentação de atestado durante o período de teste. Eu fico pensando no trabalhador que está lá para fazer o teste e precisa ser afastado, como ele vai justificar isso. Outra coisa também é que temos que ar pelo médico, meus sintomas também são compatíveis com a H3N2, mas eu não tive essa indicação médica do que poderia ser ou de fazer o teste para esse vírus”, frisa.
De acordo com ela, além de ser trabalhadora da saúde, ela tem contato com pessoas em situação de risco. “Tenho uma criança de 4 anos e ela convive com uma senhora de 94 anos. Estamos isolados, mas nos sentimos expostos por um erro de condução da pandemia”, pontua.
Testes 6dx1i
De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande) há mais 72 unidades de saúde oferecendo teste, além da unidade central e do drive-thru da Fiems(Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul).
“Algumas unidades estão organizando o atendimento, neste caso a coleta, com a distribuição de senhas para evitar que seja extrapolada a capacidade operacional de cada local, em razão de ser demanda espontânea. É semelhante como acontece com a vacina da Covid-19″, afirmou a secretaria em nota.
