O Carnaval e as máscaras g533z

Até que haja evidências robustas que alguma das atuais medidas de prevenção são realmente ineficazes e com potencial prejudicial, devemos seguir nos protegendo 4o1m6e

Recentemente vimos as máscaras tornarem-se novamente tema polêmico quando o assunto é prevenção à covid-19. O tema ganhou repercussão após o CFM (Conselho Federal de Medicina) enviar um ofício à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), afirmando que não há justificativa para a recomendação ou obrigatoriedade do uso de máscaras pela população geral como política pública de combate à pandemia.

image 63f3cdc88a26e
Uso de máscara no Carnaval é motivo de polêmica. (Foto: Renata Fontoura)

O presidente do Conselho afirma, baseado em um artigo científico de revisão de dados, que não há evidência científica para que o uso de máscaras de forma “banalizada e disseminada na sociedade tenham algum impacto sobre a transmissão da covid-19”.

Nas redes sociais muitos se manifestaram sobre o documento, defendendo a suspensão do uso de máscaras de maneira geral, e até comparando a aglomeração da festa de Carnaval, onde não há nenhuma obrigatoriedade de máscaras, com aviões e serviços de saúde, locais em que a recomendação do uso mantém-se.

Analisando as afirmações do Conselho à luz da metodologia científica e da prática baseada em evidências, é possível concluir que a revisão em que se baseiam as justificativas para a suspensão do uso de máscaras pela Anvisa, é insuficiente para as várias recomendações propostas. O estudo apresentou várias limitações metodológicas, e deixou bem claro que o nível de evidência é baixo para conclusões como as propostas pelo CFM.

Saindo um pouco do eixo técnico científico estrito e com um visão ampliada da pandemia de covid-19 como um todo, recomendações dessa natureza, sobretudo por órgãos oficiais de classe médica, são contraproducentes e não orientam da forma que deveria. O fato é que ainda temos uma média de 55 óbitos por covid-19 por dia no Brasil, que o vírus tem uma capacidade enorme de modificar-se e o surgimento de novas variantes segue sendo o grande desafio para a prevenção de novas ondas.

Sabemos que há uma população sob risco para casos graves da doença e o foco está em como proteger esses mais vulneráveis de se infectar.

Dessa forma, até que haja evidências robustas que alguma das atuais medidas de prevenção são realmente ineficazes e com potencial prejudicial, devemos seguir nos protegendo, protegendo os mais vulneráveis e seguir em um esforço coletivo para o pleno controle da doença.

No momento atual da pandemia é importante deixar claro que as máscaras apenas nos aeroportos provavelmente é ineficaz do ponto de vista de saúde pública. Mas a partir da agora avaliação de risco é individual, a máscara continua ter um papel relevante e deverá ser usada por pessoas com sintomas gripais, idosos extremos e imunossuprimidos principalmente em locais fechados e associados à aglomeração. 

Leia também em Saúde! 4l6a3w

  1. Cigarro mata: uma morte a cada R$ 156 mil de lucro, aponta estudo 462g1h

    Para cada R$ 1 de lucro gerado pela indústria do tabaco no...

  2. água com gás

    Água com gás emagrece? Saiba o que é mito e o que é verdade a483f

    Entre as dúvidas mais comuns no processo de emagrecimento está a seguinte:...

  3. Gripe aviária é confirmada em ave silvestre em Minas Gerais 3nx1t

  4. gripe aviária

    Foco de gripe aviária no RS está contido, afirma Ministro da Agricultura 6g2s1m

    Gripe aviária contamina frangos ...

  5. Dermatite atópica pode ser tratada no SUS (Foto: Marcelo Casal/Agência Brasil)

    Dermatite atópica agora pode ser tratada integralmente pelo SUS 2z3u2q

    O Governo Federal oficializou nesta terça-feira (27) a ampliação do tratamento integral...

  6. Unimed Campo Grande celebra 52 anos levando saúde à população de MS 6k503h

    Cooperativa é reconhecida por promover saúde de qualidade, ações sociais, programas preventivos...