Saúde Mental 5m4268

Maconha – remédio ou veneno? 6p165u

O consumo de drogas aumenta vertiginosamente entre os adolescentes; entre as ilícitas, a cannabis é a droga mais usada 345z4j

Gabriel foi o primeiro de três irmãos. Dois anos depois de seu nascimento veio mais um casal de gêmeos. Destes, o menino sempre teve uma saúde frágil e exigia muito tempo dos pais em atenção e cuidados. Muitos eios e diversões deixaram de acontecer para poupar o irmão, que não usufruiria de alguns deles.

Na escola, Gabriel era orientado pelos pais a ficar de olho no irmão e protegê-lo em caso de necessidade. Quando questionava os pais por que as cobranças eram feitas somente a ele, os pais respondiam que ele era o mais velho e já se tornara um homenzinho. Os colegas aram a chamá-lo de “babá”, o que parece não o ter incomodado, o apelido era menos pesado do que a tarefa de cuidar do irmão.

Quando alcançou a puberdade, Gabriel rebelou-se com os pais, dizendo-lhes que o irmão já sabia se virar sozinho e que não precisava mais de babá. Nessa época começou a fumar cigarros comuns com os amigos do bairro, da mesma faixa etária. Dois anos depois, quando Gabriel recém havia completado 15 anos de idade, alguns deles migraram para a maconha e o rapaz acompanhou esse grupo.

Maconha (Foto: Pexels)
Maconha (Foto: Pexels)

Gabriel, um ano depois, entrava no ensino médio, mas não mostrava o mesmo interesse pelos estudos, não sabia dizer o que gostaria de fazer na sua vida futura, dizia apenas que qualquer coisa. Mostrava-se desmotivado, desleixado e descuidado até com a própria higiene pessoal. Quando não saía com os amigos, ficava em casa nos jogos de computador noite adentro. Em contrapartida, ava grande parte do dia dormindo, nem olhava o material escolar. Frequentemente faltava às aulas e ia mal nos testes. Ainda assim, conseguia ser aprovado nos anos letivos, mas não foi o que ocorreu no vestibular para o curso de Direito, que escolheu depois de muita insistência dos pais, que são advogados.

Gabriel, porém, percebia que não conseguia concentrar-se ou manter a atenção nos estudos e que por isso decidiria não mais tentar o vestibular para entrar em algum curso superior, que faculdade era apenas uma exigência social, sem fundamentos e que se sentia bem assim, com seu grau de instrução. Os pais lhe diziam que não pensava desta maneira há algum tempo e que se arrependeria no futuro. Asseguravam-lhe que isso era por causa da droga e que precisava fazer um tratamento. O rapaz, mesmo contrariado, sabia que os pais estavam com razão. Via que amigos de infância, aqueles que não seguiram o caminho da cannabis, estavam bem à frente dele e resolveu seguir a orientação dos pais e submeter-se a um tratamento para largar a droga.

O consumo de drogas aumenta vertiginosamente entre os adolescentes, principalmente as drogas lícitas como o tabaco e o álcool. Já, entre as ilícitas a cannabis é a droga mais usada.

A maconha, ao contrário do que pretendem nos mostrar e convencer, traz grandes prejuízos físicos e mentais, principalmente com o início do uso em idades mais precoces, de crianças e adolescentes, quando o cérebro ainda está em formação. Ela facilita o aparecimento de graves sintomas ansiosos e ataques de pânico, quadros de esquizofrenia, distúrbios da atenção e concentração e déficits intelectivos, com perdas consideráveis do coeficiente de inteligência, o que pode trazer consideráveis danos a futuras aspirações. A apatia parece ser o carro-chefe dos sintomas presentes nos usuários de cannabis, faz parte da síndrome amotivacional, onde há perda das ambições, descuido com a aparência e higiene pessoal, negligência acadêmica e profissional, indiferença e comodismo com sua situação atual, seja ela qual for. Se continuar assim, está fadado a ser no futuro o que é no presente ou menos ainda.

Gabriel entrou com vontade no tratamento e depois de um ano de acompanhamento ambulatorial, parece ter saído definitivamente do uso de cannabis. Sua atenção tem melhorado dia a dia. Assim como Bonifácio, da semana ada, Gabriel vem fazendo tratamento médico e psicológico. Comparece às reuniões dos Narcóticos Anônimos (NA) e na Igreja faz parte do grupo de jovens, juntamente com Ângela, sua namorada. A família, os amigos e nós estamos confiantes na recuperação de Gabriel. Por enquanto, só por hoje!

Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Saúde Mental, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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