Hepatite “misteriosa”: atenção com sintomas é saída para identificar doença r6n4j
Em Mato Grosso do Sul, três casos da doença são investigados 1o5r5r
Enquanto as causas da nova hepatite aguda grave continuam sendo investigadas pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) em Mato Grosso do Sul, infectologistas alertam para os sintomas da doença, que atingem crianças e adolescentes. Entre os principais sinais da doença, estão a persistência do mal-estar e a mudança de cor da pele e dos olhos dos infectados.

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Essa síndrome, segundo especialistas, é caracterizada como hepatite aguda com enzimas hepáticas acentuadamente elevadas e acompanhadas, ou não, de vômito, diarreia, febre. Mas o mais característico é realmente a icterícia, que é a coloração amarelada da pele dos olhos.
No Mato Grosso do Sul, pelo menos três casos da nova doença são analisados: duas pessoas de 10 e 14 anos em Campo Grande e uma de 16 anos, em Ponta Porã. A preocupação com a infecção fez com que o CIEVS-MS (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde) e a Gerência Técnica de Influenza e Doenças Respiratórias do Estado divulgasse um comunicado de alertar aos 79 municípios sobre a doença.
Diante dos casos investigados, o médico infectologista Maurício Pompilho ressalta que ainda não se sabe a causa da nova infecção. “A hepatite é uma inflamação do fígado e chamamos de Misterioso porque não há confirmação da sua causa. As hepatites conhecidas e outros vírus que agridem ao fígado não foram encontrados nestes pacientes”.
Por isso, os especialistas tentam identificar qual vírus é o responsável pelas infecções recentes no país. “Um dos investigados adenovírus, chamado 41. Mas sozinho não seria capaz de causar esse grau de hepatite nas crianças e adolescentes. Por isso se atribui outros fatores. Um outro fator estudado é se a infecção pregressa por Covid-19 poderia alterar a resposta imunológica e na presença de um outro vírus causar essa agressão ao fígado”.

Enquanto não se sabe a causa da doença, o jeito é ficar atendo aos sinais. Segundo o infectologista, é comum crianças e adolescentes apresentarem alguns sintomas iguais os da hepatite devido a outros quadros infecciosos, mas a persistência deve sempre ser investigada.
“Um, dois, três dias com enjoos e vômito e na sequência febre, queda do estado geral dessa criança, associada principalmente a mudança da coloração dos olhos e da pele, o xixi fica escuro e os olhos ficarem amarelo. Esse é um sintoma chamado icterícia. Uma criança com icterícia é um forte suspeita de hepatite e precisa ser investigado a causa”, explicou.
Enquanto a nova hepatite é estudada, a orientação para os pais é cuidar o cartão de vacinação e proteger os filhos contra as infecções já conhecidas. Hoje, vacinas contra os tipos A e B da doença são disponibilizadas na rede pública. “São vacinas gratuitas, dadas dentro do programa nacional de imunização, e que já protege a criança e o adolescente de dois tipos importantes de hepatite”. Para o médico, ainda é essencial que essa imunização seja feita em conjunto com a contra o Covid-19.
A hepatite é uma inflamação no fígado, podendo ter várias causas, como uma infecção ou intoxicação por medicamentos, ou drogas. Os vírus conhecidos que provocam a doença são A, B, C, D e E. E esta doença não tem relação direta com os vírus conhecidos da hepatite.