Hélio morreu na ambulância após esperar 10 anos em fila de cirurgia r6o6j
Número é 85% maior que o de 2022, que tinha cerca de 22,5 mil pessoas esperando g181i
O número de pessoas que esperam pela liberação de algum tipo de procedimento cirúrgico eletivo em Mato Grosso apresentou aumento de aproximadamente 85% em relação a 2021. Atualmente, 41.777 pessoas aguardam por uma cirurgia para continuar vivendo.

Um dos reflexos de ter tantas pessoas nessa espera, o Primeira Página te conta agora, com a história do Hélio Roberto Mazzaro de Souza que, após 10 anos na fila de espera, morreu dentro da ambulância, aos 52 anos, quando estava a caminho dos exames pré-operatórios.
Luta pela vida q324n
Em 2003, ele fez a primeira cirurgia de troca de válvula do coração, quando ainda morava no Paraná, mas o procedimento precisaria ser refeito em alguns anos.
Em 2005, a família se mudou para Comodoro, a 677 km de Cuiabá, e começou a luta para conseguir a liberação de uma nova cirurgia.
Segundo a filha dele, Amanda Cristina de Souza, de 29 anos, os pedidos médicos eram muitos e todos declaravam a emergência do procedimento.
A família tentou, por diversas vezes, consultar a posição de Hélio na lista de espera, mas nunca tiveram o a essa informação.
“Falavam que tinha que esperar, pois a lista era extensa e demorava, mesmo sendo com urgência o pedido”, disse Amanda.
No ano ado, Hélio ou a ter insuficiência cardíaca e precisou ser internado algumas vezes, pois a válvula já não funcionava como era o esperado.
“Nessa época, ele sofreu muito. Não conseguia mais respirar direito, não dormia, não comia… sofreu muito”, relembrou a filha.
Esperança transformada em dor 4302o
No dia 9 de junho de 2022, a família conseguiu uma liminar pela Defensoria Pública do Estado, pois o caso era grave demais.
Infelizmente, no dia seguinte, enquanto estava sendo levado para Cáceres, a 220 km de Cuiabá, ele faleceu na ambulância no meio da estrada.
“Essa cirurgia teria salvado a vida dele, mas nunca saiu. Nunca recebemos a ligação para falar que seria a vez dele”, lamenta a filha.
A família ainda não superou a perda de Hélio. A escolha de falar sobre o caso e reviver a dor é com a esperança de que esses casos não voltem a acontecer.
“Gostaria muito que mais nenhuma pessoa morra na fila de espera igual meu pai”, afirmou Amanda.