Febre, dor no corpo e mal-estar: quando é hora de ir ao pronto-atendimento? r6h3j
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Com a alta nos casos de arboviroses – como dengue, zika e chikungunya – e Covid-19, os pronto-atendimentos estão cada vez mais lotados. Com sintomas tão parecidos, muitas pessoas ficam em dúvida sobre o momento certo de buscar atendimento médico de urgência ou especializado.
O Primeira Página conversou com Paula Gattass Bumlai, pediatra, neonatologista, atual presidente da Sociedade Mato-grossense de Pediatria, para esclarecer os sinais de alerta que indicam a necessidade de pronto-atendimento, especialmente em crianças, ajudando a evitar esperas desnecessárias.

“A febre é um sintoma comum a todas elas [arbovirores], inclusive na Covid-19, mas também tem a questão do exantema, que são as pintinhas vermelhas pelo corpo, também comuns nas três arboviroses. Pode acontecer arbovirose sem o exantema? Até pode. Algumas pessoas têm ela muito leve, às vezes não são tão perceptíveis, o que também depende da coloração da pele”, ressalta.
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Para a médica, o excesso de informações, muitas vezes errôneas, divulgadas de forma alarmante nas mídias sociais, mais atrapalham do que ajudam.
A especialista destaca que é muito importante que as pessoas fiquem em estado de alerta, mas que não entrem em desespero.
“A gente entende que algumas pessoas que já têm um componente depressivo ou de ansiedade podem achar que estão com um ou outro sintoma, mas, no caso das arboviroses, alguns sinais são possíveis de detectar no exame físico“, explica a infectologista. (Veja os sintomas abaixo)
Sintomas 5b5at
A dengue, zika e chikungunya têm sintomas muito semelhantes e comuns, mas sempre há predomínio de algum sintoma em cada uma delas.
Entre os sintomas de fácil detectação citados por Paula estão:
- Exantema corporal [manchas vermelhas na pele];
- Inchaços em mãos e/ou pés;
- Coceira;
- Dor nas articulações;
- Dor nos olhos;
- Dificuldade de movimentação;
- Febre.
A pediatra reforça que é importante medir a temperatura com um termômetro para identificar se realmente é febre, mas o mais importante é que as pessoas mantenham a calma.

A dor nas articulações e o inchaço nas mãos e/ou nos pés são mais comuns na chikungunya e menos frequentes na dengue, que por sua vez tem como sintoma mais característico a dor ocular ou retroorbitária.
“De uma forma geral, a febre, mal-estar, dor muscular, e as pintinhas vermelhas, podem aparecer em praticamente todas elas, mas sempre um outro sintoma ajudam a diferenciar uma das outras. Por isso a importância de uma consulta médica especializada para conseguir fazer a diferenciação“, destaca Gattas. (Veja abaixo quando procurar o pronto-atendimento)
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Quando procurar o pronto-atendimento? 571n66
A médica ressalta que não é possível detectar a doença pelo exames logo no primeiro dia de sintomas.
Cada doença – dengue, zika, chikungunya e Covid-19 – precisa de dias de evolução para um diagnóstico e para cada uma delas existem exames específicos.
“Isso é uma das coisas que resultam no excesso de busca ao pronto-atendimento. Às vezes, no primeiro episódio de febre, os pacientes já querem ir ao pronto-atendimento para saber se estão com dengue, quando, na verdade, é preciso aguardar a evolução, da doença”, pontua.
A pediatra explica que é necessário aguardar o organismo reagir e combater o vírus presente no corpo, aliado ao uso de antitérmicos, muita hidratação — de preferência sem exposição solar — e repouso.
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Enquanto isso, outros sintomas começam a surgir. Sinais que ajudam a direcionar os exames específicos.
Quadros mais graves, com evolução para dor abdominal, vômitos e, eventualmente, diarreia, exigem atenção. Quando a hidratação não pode ser mantida adequadamente em casa, tanto para crianças quanto para adultos, é o momento de buscar um pronto-atendimento.
“Os sinais de desidratação, principalmente com presença de sangramentos, são sinais de alerta para que o paciente procure o atendimento médico no serviço de urgência e emergência“, aponta.
A médica reforça que, em caso de febre, dor no corpo e apenas mal-estar: aspirina e paracetamol são indicados.
“Evitando o uso de anti-inflamatórios, corticóides ou qualquer outra medicação que milagrosamente prometa livrar dos sintomas. E antes de consultar o médico, não se automedique”, conclui.