Distimia, um mau humor que fere e afasta 382d1d
A distimia é um tipo de depressão de longa duração, porém menos severa do que a depressão propriamente dita 2j2y32
Rosa é a segunda de três irmãs. A mais velha faz tratamento para controle de crises de pânico e a mais nova é muito ansiosa, sendo que desde que entrou na adolescência, há pouco mais de 10 anos, faz acompanhamento psicológico semanal.
Rosa, somente aos 24 anos de idade, resolveu seguir o caminho da caçula e iniciou tratamento psicológico, isso depois de muita insistência dos pais, porque a jovem não conseguia manter amigos, nem firmar relacionamentos amorosos.
Rosa, na verdade, mostrava-se uma pessoa quase sempre irritada, com respostas atravessadas a quem quer que fosse, não escolhendo a pessoa nem lugar para despejar seu mau humor. Era alguém sempre pessimista, que via apenas o lado negativo de tudo. Dizia não saber o que significava felicidade porque jamais sentiu isso. Vivia triste e desanimada, autodepreciava-se e não tinha esperança em dias melhores. Pensava em alguns momentos em tirar a própria vida e já havia tentado uma vez com uso abusivo de analgésicos.
Além do apoio psicológico, a moça necessitava de tratamento médico, todavia se convencê-la a ir a um psicólogo já foi difícil, imagine o que foi fazê-la procurar um psiquiatra. Felizmente, depois de inúmeras tentativas, aliadas ao constante sofrimento de Rosa, o psicoterapeuta conseguiu persuadi-la a entender que isso seria necessário.
A distimia é um tipo de depressão de longa duração, porém menos severa do que a depressão maior, que é a depressão propriamente dita. A distimia tem como principal característica a irritabilidade, que perdura todo o período de crise, abrandando, mas nem sempre desaparecendo por completo, depois do tratamento.
São pessoas de difícil relacionamento, justamente por serem constantemente mal-humoradas, irritadas, com hostilidade em suas respostas. Ao mesmo tempo são pessoas que se isolam, se autodepreciam e veem a vida negativamente. Em algumas ocasiões sentem-se relativamente bem, mas, geralmente, por pouco tempo. Há maior tendência ao uso de álcool, drogas e abuso de medicamentos como formas de abrandar sua angústia, mas isso termina por agravar sua doença.
Apesar de tudo isso, os sintomas são menos intensos do que na chamada depressão maior, apesar de serem mais duradouros que nesta, uma vez que os sintomas distímicos persistem até dois anos, quando tratados e levam mais tempo, até a vida toda, quando não recebem tratamento. Por isso, a distimia é também denominada de transtorno depressivo persistente.
É um problema psiquiátrico que não afeta ou afeta pouco a capacidade laborativa, mas impede a pessoa distímica de desfrutar plenamente da vida, principalmente pelo pessimismo em relação a ela. É uma doença que inicia geralmente na adolescência ou início da idade adulta e acomete mais mulheres do que homens e tem forte influência hereditária.
Como a maioria dos transtornos mentais, a distimia também precisa de um tratamento integrado, psiquiátrico e psicológico, com uso adequado de medicamentos, sendo o tratamento comumente bem-sucedido, apesar do tempo prolongado até obter o desaparecimento ou diminuição considerável dos sintomas distímicos.
Com a psicoterapia aliada ao uso de medicamentos, Rosa, hoje com 28 anos de idade, consegue levar uma vida relativamente normal. Ainda se irrita mais facilmente que a maioria das pessoas, porém com menor frequência. Seu último relacionamento já dura dois anos. Ela e Fred pretendem ficar noivos daqui a alguns meses e casar-se um ano depois.
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07/08/2023
