Desde o início do ano, 44 crianças do povo Xavante morreram em MT 2m20v
Levantamento mostra que as principais causas foram: doenças do aparelho respiratório, desnutrição, doenças congênitas e doenças diarreicas. 3k601n
De janeiro até maio deste ano, 44 crianças do povo Xavante morreram em Mato Grosso, segundo dados do Ministério da Saúde e da Sesai (Secretaria de Saúde Indígena). Levantamento mostra que as principais causas foram: doenças do aparelho respiratório, desnutrição, doenças congênitas e doenças diarreicas.

Nesse período morreram 28 bebês, com até um ano de idade. Já crianças de 1 a 4 anos de idade morreram 16. Com idades entre 5 a 9 anos não foi registrada nenhuma morte.
O mês com o maior número de mortes de crianças foi março, que somou ao todo 13. Já fevereiro aparece sem segundo lugar com 12 mortes, no mês. Em seguida vem abril, que registrou 8. Depois aparece maio, com 6. Por fim, janeiro, que registou 5.
Número de mortes pode ser maior 575b6y
São consideradas crianças, segundo o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) a pessoa até 12 anos de idade incompletos, e adolescente aquele entre 12 e 18 anos de idade. Contudo, os dados fornecidos pelo Ministério da Saúde não separam as crianças a partir de 10 anos, de adolescentes e adultos, com mais de 18 anos.
De acordo com levantamento do Ministério morreram neste período seis pessoas que tem de 10 a 19 anos. Nesse sentido, não é especificado o número de crianças e adolescentes mortos. Só a totalização de casos, dentro desta faixa etária.

Mortes da população em geral 6j6f4t
Ao todo, morreram desde o início do ano 95 indígenas do povo Xavante residentes em aldeias de jurisdição do Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) Xavante. Mas, a faixa etária que teve o maior número de óbitos é a das crianças.
Liderança cobra solução 174n11
Lúcio Xavante, uma das lideranças indígenas do povo Xavante, disse que o elevado número de mortes entre a população, somente neste ano, causa preocupação. Além disso, cobra uma solução para a situação.
“Estou muito triste e o pior, não sabemos o que está acontecendo nas comunidades Xavante. Se é por falta de estrutura ou desestruturação da atual gestão. Quem assume a coordenação do Dsei Xavante precisa ter conhecimento minimamente da saúde indígena”.
Ministério se manifesta 1r2u5i
Em nota, o Ministério da Saúde informou que desde o início das ações no território Yanomami, quando foi declarada a Espin (Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional), diante da grave crise sanitária e de desassistência encontrada no território, atua com ações emergenciais para salvar vidas.
“A pasta acompanha às reais necessidades dos povos indígenas não apenas neste, mas em todos os Dsei do país. Com a nomeação do novo coordenador, Bruno Rami, pertencente a etnia Xavante, em março desde ano, já nota-se uma baixa nos números”, informou ao Primeira Página.
A redação entrou em contato com o coordenador Bruno Rami, que informou que se manifestaria em nota, que foi encaminhada pelo Ministério da Saúde.
No documento, o Ministério da Saúde informou que para reduzir a mortalidade indígena Xavante realizou em 2023 capacitações aos profissionais de saúde como médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, que atuam em territórios.
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A pasta também realizou na primeira quinzena de junho, a reunião do grupo técnico de vigilância do óbito do DSEI, com a participação de lideranças indígenas, representantes das mulheres indígenas, dos agentes Indígenas de saúde e profissionais de saúde que atuam em território, Casais e Pólos Base.
“O objetivo da reunião foi justamente contribuir com melhorias e orientações das ações de intervenção, baseado no contexto social e econômico da população, diante do elevado número de óbitos que vem ocorrendo. Foram discutidos sobre a importância de trabalhar a prevenção na comunidade, o uso das tecnologias para combate às fakes news e disseminação de informações de saúde, como por exemplo: quais são os sinais de alerta na criança e gestante”, diz a nota.
De acordo com o Ministério da Saúde, também está em andamento o Plano de Enfrentamento à Mortalidade Infantil e Materna do DSEI Xavante com ações programadas a partir do segundo semestre de 2023; ações em parceria com FUNAI no combate à desnutrição infantil; planejamento e execução do Programa Saúde na Escola para 2023; e solicitação de apoio à Secretaria Estadual de Saúde do estado de Mato Grosso no enfrentamento à insegurança alimentar vivenciada pelas famílias Xavante.
“Ressalta-se ainda que em março 2023 foram contratados 7 profissionais médicos para atuarem em território, para atender todas as microáreas de abrangência do DSEI. Por conseguinte, as equipes multidisciplinares de saúde indígena são orientadas a atuar de forma que suas ações de saúde sejam voltadas para promover a proteção, promoção e a recuperação da saúde no que tange à atenção básica dentro do território, uma vez que a atenção integral à saúde indígena é composta por um conjunto de ações para a implementação da Atenção primária à saúde- APS”.