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Dependência de internet, a transformação do bem no mal 1a6c2y

A internet veio para facilitar a comunicação, mas foi muito além, proporcionou a pesquisa, dividiu conhecimento e também causou dependência 3i3g6n

Uma das melhores coisas dominadas pelo homem é o avanço tecnológico da comunicação, que segue o caminho desde os primeiros os com os mensageiros e os pombos-correios, atravessando a telegrafia, circulando pelo telefone até chegar à internet de hoje, que esta cada vez mais veloz a cada pequeno espaço de tempo.

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Pessoas com vício em tecnologia não conseguem deixar de se conectar, mesmo cansadas (Foto: Mohamed Hassan/Pixabay)

Isso não apenas possibilitou a comunicação, como também facilitou o contato entre as pessoas, com o desaparecimento das distâncias, inclusive as intercontinentais.

Todavia, não podemos esquecer que “o que dá pra rir, dá pra chorar” e que “todo remédio em excesso é veneno”. Assim é com tudo. Não seria diferente com a internet. A história mostra que ao longo dos tempos o homem, com certa frequência, conseguiu transformar o bem no mal. Aconteceu com diversas drogas descobertas para determinado fim e usadas para outro; sucedeu com a pólvora, com a bomba atômica e com muitas outras coisas.

A internet veio para facilitar a comunicação, mas foi muito além, proporcionou a pesquisa, dividiu conhecimento, criou grupos, que compartilham os mesmos objetivos e trouxe muitos outros benefícios. Em contrapartida, os males, porém, emergiram do bem.

O homem usou as redes digitais para praticar maldades, golpes, estelionatos; dividiu os grupos não em associações de pessoas com determinados objetivos, mas em inimigos; plantou ódio e elaborou notícias falsas que se disseminaram entre os usuários virtuais. Este é o maior dos males, mas existem outros e dentre eles o vício ou dependência.

Catalogado hoje como Dependência de Internet, este comportamento disfuncional trata-se de uma enfermidade que atinge principalmente os jovens de 15 a 25 anos, mas que acomete todas as idades, inclusive os idosos, principalmente os mais solitários. A frustração é outro fator que favorece muito o uso abusivo da internet.

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Os abusadores são pessoas que am horas e horas no computador ou no laptop ou no smartphone, logado nas redes sociais, em contatos virtuais, dividindo verdades e mentiras e que não conseguem desligar-se de seu objeto de consumo, ou melhor, de abuso de consumo por longo tempo do dia, às vezes é difícil até dormir, já que a noite fica pequena visto a grande necessidade de permanecer online.
São verdadeiros casos de dependência, semelhantes às dependências de drogas e que, assim como estas, hoje preocupam muito os profissionais de saúde mental.

Algumas enfermidades psiquiátricas como o transtorno de déficit de atenção e os diversos tipos de ansiedade não raramente estão presentes em comorbidade com a dependência de internet.

Quando a dependência se instala, a internet a a ser o principal interesse da pessoa, que:

  • mesmo que tente diminuir seu tempo de conexão, não obtém êxito;
  • que perde, por completo, a noção do tempo disponibilizado às redes sociais, apesar do cansaço físico e mental pelas poucas horas de sono;
  • que se irrita e entristece se é privada, por algum motivo, de seu uso;
  • que investe em novos aparelhos e programas computacionais;
  • que se isola para evitar as críticas de amigos e familiares;
  • que tem prejuízos consideráveis à vida acadêmica, profissional e social.

Tudo isso ainda pode ser agravado quando o uso abusivo é acrescido de conteúdos pornográficos e jogos de azar.

O indivíduo atingido por esta doença deve procurar ajuda. Quando ele não percebe ou não aceita a patologia, é necessário que familiares e amigos o incentivem à busca de ajuda profissional. Isso porque a dependência de internet é uma enfermidade que tem tratamento e este deve ser, de início, feito por um profissional da psicologia.

Quando o caso é mais grave, com sérios distúrbios do ritmo de sono ou quando houver comorbidades com outros transtornos mentais, o psiquiatra deve ser consultado para uma possível abordagem medicamentosa. Seguindo corretamente esta orientação, o dependente de internet pode transformar o excesso em uso suficiente e adequado para uma vida saudável.

Antes do tratamento, porém, deve-se investir em prevenção com orientação adequada aos pais e educadores para que possam lidar com as crianças, incentivando atividades alternativas à internet, limitando desde cedo o tempo de uso da computação e supervisionando a utilização da internet, pontuando às crianças a inadequação e os riscos de o a materiais proibidos. Com uma prevenção bem conduzida hoje, certamente reduziremos os problemas amanhã.

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03/09/2023

Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Saúde Mental, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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