As redes sociais e seus efeitos na saúde mental 41271s

A tecnologia computacional é composta de redes que se interligam virtualmente, conectando computadores de todo o mundo. Dentre estas redes estão as chamadas redes sociais, que funcionam como plataformas que possibilitam a interação de pessoas, grupos de indivíduos, empresas públicas e privadas, instituições civis e militares.

As primeiras redes sociais surgiram no final do século ado, mais precisamente na última década do século XX e desde então vêm se aperfeiçoando e se popularizando cada vez mais.

O objetivo das redes é compartilhar informações, enviar e receber mensagens e favorecer o ensinamento e o aprendizado com a troca de conhecimentos entre diferentes pessoas de diversas regiões do mundo.

Bilhões de seres humanos utilizam essas redes diariamente, tanto para simples comunicação ou entretenimento, como para o trabalho ou ainda para outros fins. Na prática, elas funcionam como espaços on-line, onde pessoas criam seus próprios perfis e navegam em comunidades que compartilham os mesmos interesses.

O ser humano é o usuário das redes sociais e dentre elas temos as plataformas atuais: WhatsApp, YouTube, Instagram, Facebook, LinkedIn, TikTok, entre outras. Todas permitem que cada pessoa crie seu próprio perfil, compartilhe informações e interaja em tempo real com outras pessoas, favorecendo mais e mais relacionamentos virtuais.

Assim, cada indivíduo segue alguns navegantes da internet com os quais se identifica e é seguido por outros que compartilham das suas ideias. Cria-se com isso um grupo homogêneo dentro de um ambiente virtual dinâmico e colaborativo, geralmente com a mesma visão do mundo em seus diversos aspectos.

Mensagens, fotos, vídeos e lives são compartilhados, milhares ou milhões deles a cada minuto por meio dessas redes sempre conectadas. A inteligência artificial, infelizmente, garante que a transmissão de conteúdos seja feita com base nas tendências comportamentais de seus usuários, fato tendencioso, que inibe o raciocínio humano, criando ideias estáticas, pela impossibilidade de ver, ouvir e discutir os pensamentos contrários.

Quando bem utilizadas, as redes sociais são de grande valia, inclusive nos ambientes profissionais, favorecendo os negócios e o crescimento do profissional e do trabalho. Os grupos de famílias e de amigos diminuíram o distanciamento do contato, mas nem sempre reduziram o distanciamento presencial.

De qualquer forma, apesar de algumas desavenças com afastamento de membros de seus respectivos grupos, o saldo ainda é positivo, uma vez que abranda a saudade e consegue atualizar os assuntos entre familiares e amigos.

O grande impacto social está na influência dessas plataformas no comportamento humano, pois é notório que esses conteúdos influenciam a cultura, a política e o comportamento geral do ser humano, com informações importantes, mas, por outro lado, com desinformações por meio de conteúdos criados com aparências cada vez mais reais, que funcionam como verdadeiras armas de destruição de amizades.

Na saúde mental o impacto, muitas vezes, é significativo. A comparação entre os internautas pode ter consequência negativa na autoimagem de um seguidor, que não consegue perceber os filtros de certos conteúdos e a a achar-se inferior à pessoa que propaga mensagem ou vídeo com determinada beleza física, saúde perfeita ou capacidade mental invejável.

Há, também, aquelas pessoas com características narcísicas, que esperam que outros curtam e comentem seus conteúdos e sofrem ou irritam-se quando isso não acontece, ou quando recebem comentários negativos, contrários às suas expectativas.

O sono é algo que pode ser extremamente prejudicado, tanto pelo horário de uso do computador, quanto pela luminosidade das telas. O cyberbullying e o medo de ficar sem o smartphone na mão são situações desesperadoras. O excesso de luzes e de sons perturbam o relaxamento necessário à conciliação do sono.

Não devemos esquecer de que os conteúdos estressantes e negativos também prejudicam o sono e favorecem o agravamento ou surgimento de sintomas ansiosos e depressivos. Apesar do aumento da comunicação entre as pessoas, muitas delas sentem-se tristes pelo isolamento e falta do contato físico presencial, visivelmente diminuído no mundo das redes.

Sabe-se bem, e apenas não se faz o que se sabe, quanto à promoção do resgate à saúde mental de antes da evolução tecnológica. Precisaríamos fazer isso por meio da limitação do tempo de uso das telas e maior favorecimento das relações físicas mais frequentes. Não obstante tudo que expusemos, o impacto das redes depende do modo de seu uso, da autoconsciência e da consciência grupal. O equilíbrio torna-se essencial para evitar danos psíquicos e favorecer a relação humana saudável.