Ainda é cedo! Fiocruz aponta riscos de flexibilização de medidas restritivas contra a covid 731md
Análise aponta que relaxamento de medidas contra a covid não contribuem para o avanço da vacinação e não protegem a população de uma nova onda 403ad
Há exatos 2 anos, a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou a pandemia do novo coronavírus. Ainda que a queda recente no número de casos, tenha trazido uma falsa sensação de que o perigo ou, um boletim divulgado nesta sexta-feira (11), pelo Observatório Fiocruz Covid-19, aponta que ainda é cedo para o relaxamento das medidas restritivas.

De acordo com os pesquisadores do Observatório, responsáveis pelo boletim, diante do atual cenário, os municípios devem ter prudência na adoção de qualquer medida de flexibilização, tanto pelo possível impacto do Carnaval e o potencial aumento de casos e internações, como pela vacinação, que avançou, mas ainda precisa evoluir.
A análise aponta que o relaxamento prematuro das medidas restritivas, além de não incentivar a população a se vacinar, pode gerar um retrocesso nos ganhos obtidos com o resfriamento da pandemia.
Importância das medidas restritivas 51343w
Na última terça-feira (8), o governo de Mato Grosso decidiu que cabe aos municípios decidir sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção individual.
Segundo o estudo, flexibilizar medidas como o distanciamento físico ou o abandono do uso de máscaras de forma irrestrita colabora para um possível aumento de casos, internações e óbitos, e não protege a população de uma nova onda.
O documento menciona que as próximas semanas serão cruciais para compreender como serão os novos cenários da covid-19 em relação ao controle de transmissão do vírus, e que o ideal seria a volta do padrão adotado no início da pandemia, quando o uso de máscaras, higienização de mãos e evitar as aglomerações, eram fortemente recomendados.
Além disso, estratégias de saúde pública que ampliam a cobertura e vacinação também se mostram necessárias. Como a adoção do aporte de vacinas nos locais de trabalho e ambientes fechados, combinado com o uso de máscaras nos locais em que não há um controle do total de vacinados ou em situações que envolvem grande concentração de pessoas.

Vacinação 3c7133
As variantes anteriores e a mais recentemente, Ômicron, mostraram a importância do esquema vacinal completo, incluindo a terceira dose, quando for o caso, para a maior proteção.
Dados referentes às duas últimas semanas, de 20 de fevereiro a 5 de março, confirmam a tendência de queda nos indicadores de incidência e mortalidade por covid-19 no país.
No período houve um decréscimo de 48% em relação aos casos diários das duas semanas anteriores, de 6 a 19 de fevereiro, e uma redução de 33% no número de óbitos por covid-19. Entretanto, os resultados ainda não incluem a avaliação do efeito do Carnaval e da flexibilização do uso de máscaras.
Os dados relativos às taxas de ocupação de leitos de UTI covid-19 para adultos no SUS, obtidos entre 7 e 8 de março, também ilustram a tendência de melhora. Em Mato Grosso, a taxa caiu de 63% para 32%.
Porém nas últimas semanas a taxa de letalidade da doença sofreu um leve aumento, indicando que pode haver uma redução do número de casos, no entanto com maior gravidade.
Ao mesmo tempo em que casos graves são mais concentrados nas idades mais avançadas, crescem os casos em grupos mais jovens, principalmente de crianças, provocada principalmente pela baixa adesão deste grupo à vacinação.
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