Wilson Santos diz que Comissão de Ética errou ao excluí-lo da investigação contra Cattani 1s3v3a

O deputado estadual Wilson Santos (PSD) disse que a Comissão de Ética da ALMT (Assembleia Legislativa de Mato Grosso) errou ao decidir nesta quarta-feira (21), retirar o seu nome da apuração que investiga suposta quebra de decoro parlamentar por parte do deputado estadual Gilberto Cattani (PL). O procedimento foi aberto após Cattani comparar mulheres a vacas.

Por três votos a dois, ficou definido que Wilson permanece como membro titular da Comissão, mas não irá votar no caso.

Contra sua permanência votaram os deputados Janaina Riva (MDB), que preside a comissão, Eliseu Nascimento (PL) e Max Russi (PSB).

Votaram a favor Júlio Campos (União) e o próprio Wilson.

Procurado pelo Primeira Página, o deputado Gilberto Cattani disse que não irá se manifestar.

A saída de Wilson foi solicitada por Cattani, que o acusa de ter distorcido sua fala na mídia e de ter disparado os vídeos em que ele faz a comparação entre mulheres e vacas.

O deputado Wilson disse que não pode ser visto como suspeito e destacou que está mais do que provado nos dois vídeos publicados pelo próprio Cattani sua infeliz comparação.

Lembrou que no primeiro, ele coloca a própria esposa numa cena, em que ele considera ser medíocre e lamentável. (Veja o vídeo gravado pelo deputado abaixo).

No segundo, ele pede desculpas às vacas de sua propriedade por compará-las a mulheres feministas. Disse que seus comentários foram sobre os vídeos que o deputado Cattani produziu. (Veja o vídeo abaixo)

Para Wilson, a comissão errou ao punir um dos seus membros, sinalizando claramente que vai pôr panos quentes sobre o caso.

Para ele, a comissão irá aplicar uma pena branda ao deputado Cattani, que, na sua opinião, cometeu agressões duras às mulheres.

Por fim, disse que aguarda uma punição exemplar vinda do Poder Judiciário.

A decisão sobre o afastamento de Wilson foi após parecer da Procuradoria da ALMT pela suspeição do parlamentar.

Decoro parlamentar 204311

A ALMT instalou no dia 12 de junho a Comissão de Ética para investigar o caso.

A comissão tem como presidente a deputada estadual Janaina Riva e os membros: Max Russi (PSB), Júlio Campos (União) Wilson Santos (PSD) e Elizeu Nascimento (PL).

Ficou estabelecido um prazo de 30 dias para a apresentação de uma manifestação conclusiva sobre o caso.

Participante da comissão que investiga Cattani, a vice-presidente da ALMT e única mulher na Casa de Leis Estadual, Janaina Riva (MDB), disse que foi acatado pelo corregedor o pedido de representação contra Cattani e analisado o pedido contra Wilson, ambos aceitos pela maioria dos votos dos membros.

Cattani também foi afastado da Comissão de Direitos Humanos, Direitos da Mulher, Cidadania, Amparo à Criança e ao Idoso, por, segundo o presidente da AL – Eduardo Botelho (União) – ter postura incompatível com a posição de presidente da comissão.

“Retiramos porque a comissão é de Direitos Humanos e Defesa da Mulher. Eu respeito a opinião dele, mas me parece incompatível com a função de presidente de uma comissão que é em defesa da mulher. Tomei essa atitude e agora montei o Conselho de Ética. O conselho vai analisar, dar a oportunidade de ele se defender e vão elaborar um parecer para decidir a punição do deputado, que acredito que deva ter”, disse

Após o afastamento de Cattani da Comissão de Direitos Humanos, Max Russi assumiu como presidente.

O caso 2w4a2h

Durante a criação de uma frente parlamentar de combate ao aborto “Pró-Vida”, Gilberto Cattani defendeu a versão de que a vida existia desde o primeiro instante da gestação. Como exemplo desse raciocínio, ele comparou a gravidez de mulheres a de vacas. (Veja no vídeo abaixo).

No fim de maio, a Comissão da Mulher Advogada da OAB-MT informou que estudava medidas judiciais e istrativas contra Cattani, por causa de uma nova fala sobre a comparação da gravidez de mulheres e vacas.

“Nunca comparei a gestação de vocês com outro animal ou qualquer coisa nesse sentido. Isso foi questão que a mídia colocou como se tivesse comparado vocês com as feministas. Isso eu jamais faria. Portanto, eu quero pedir, por favor, que me desculpem. Eu jamais iria comparar vocês com as feministas. Me perdoem, do fundo do meu coração”, disse no vídeo que fala com as vacas.

A OAB denunciou o parlamentar ao MPMT (Ministério Público de Mato Grosso) por discriminação de gênero, que foi aceito pelo procurador-geral de Justiça do Estado, Deosdete Cruz Júnior.