PRF focou em ações contra eleitores do Nordeste nas eleições de 2022, diz ex-servidor no STF 1m4n53
A ordem teria sido reada como uma forma da PRF “tomar um lado”. 312h2p
Em depoimento prestado nesta segunda-feira (19) ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-coordenador de inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Adiel Pereira Alcântara, afirmou que houve determinação da chefia da corporação para reforçar abordagens de ônibus e vans em estados com destino ao Nordeste durante o segundo turno das eleições de 2022.
A ordem teria sido reada como uma forma da PRF “tomar um lado”.

A declaração foi dada durante audiência presidida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal que investiga uma possível tentativa de golpe para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder, mesmo após sua derrota nas urnas.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Bolsonaro e outros 33 acusados por planejar a ruptura institucional.
Segundo Adiel, a orientação partiu do então diretor de operações da PRF, Djairlon Henrique Moura, a pedido do ex-diretor-geral da corporação, Silvinei Vasques, já réu na ação.
A estratégia envolvia a atuação da inteligência da PRF para reforçar operações focadas em veículos que saíam de estados como São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro com destino à região Nordeste, reduto eleitoral do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Ele falou que estava na hora da PRF tomar um lado”, relatou Alcântara, destacando que questionou a motivação da abordagem seletiva, mas recebeu como justificativa a suposta alta incidência de acidentes nessas rotas — argumento que não o convenceu.
A ordem, segundo ele, foi reiterada no dia seguinte por meio do então diretor de inteligência, Reischak, que reou o comando aos chefes de inteligência dos estados. O depoente frisou que a determinação foi vista como estranha dentro da corporação.
Julgamento do “caso do golpe” 1h2a5
O STF começou a ouvir nesta semana as testemunhas da ação penal que investiga uma trama golpista em 2022. Entre os depoentes estão militares, servidores públicos e empresários suspeitos de participar ou apoiar a tentativa de subverter o resultado das eleições.
Os julgamentos são acompanhados pelo relator, Alexandre de Moraes, e pelos ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino, todos da Primeira Turma do STF.
O ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Braga Netto são réus no processo.
Com informações do g1