Pós-eleição tem poucos deputados em plenário e questionamento das pesquisas 1a4926
Em sessão relâmpago, deu tempo do deputado João Henrique (PL) apresentar um requerimento para abertura de uma I para investigar institutos de pesquisa b5518
Na reta final da campanha, várias sessões da Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) duraram menos de 15 minutos. A lógica é que os deputados em busca da reeleição abriram mão da atividade no plenário para se dedicar às suas bases. Após a votação de domingo (2), 17 parlamentares conseguiram se reeleger.

Nesta terça-feira (4), primeira sessão ordinária depois do 1º turno, os trabalhos deveriam ser retomados a todo vapor. Certo? Errado. A sessão durou 12 minutos, aproximadamente. E sem justificativas de falta de quórum ou projetos.
Nessa sessão relâmpago, deu tempo do deputado João Henrique (PL) apresentar um requerimento para abertura de uma I (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar institutos de pesquisa.
“É inissível meu candidato a governador, Renan Contar, sair de 1% a 27%, e não adianta falar que foi a declaração do presidente Bolsonaro”, afirmou João Henrique na tribuna.
O que dizem os institutos 474b3z
Ficou evidente a diferença entre o resultado das urnas e projeções de institutos de pesquisa. A corrida para o governo de Mato Grosso do Sul é um exemplo disso.
Capitão Contar (PRTB) e Eduardo Riedel (PSDB) foram para o 2º turno com 26,71% e 25,16% dos votos. Durante toda a campanha, as pesquisas realizadas indicavam André Puccinelli (MDB) como o primeiro colocado e colocavam quatro candidatos num “bolo”: Eduardo Riedel, Capitão Contar, Marquinhos Trad e Rose Modesto.
Marquinhos Trad, que figurou na segunda colocação, teve menos de 9% dos votos na hora H. André Puccinelli teve 17% e Rose Modesto 12%.
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No cenário nacional, os levantamentos sugeriam que a disputa poderia até ser resolvida em favor de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já no primeiro turno. Ele teve 48% no resultado final do primeiro turno, contra 43% de Jair Bolsonaro, que nas pesquisas ficava com menos de 40%.
A explicação dos institutos no pós campanha tem a ver com o comportamento de última hora do eleitor dos candidatos com menor percentual nas pesquisas, que teria decidido antecipar o chamado voto útil em Bolsonaro.
A última pesquisa divulgada na véspera da eleição mostrava que o presidente Lula poderia ganhar a eleição no primeiro turno, e de fato ele ficou a 1,6% dos votos de ganhar no primeiro turno. O presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, teve seis pontos a mais do que a pesquisa apontava, e analisando os resultados nós vemos que houve uma migração dos 3% de indecisos que ainda tínhamos na pesquisa na véspera da eleição e o índice do Ciro e da Simone que ficaram menores. Então, talvez com essa informação os eleitores tomaram uma ação estratégica de antecipar um possível voto no segundo turno neste primeiro para impedir que a eleição acabasse no primeiro turno”, disse a diretora do Ipec, Marcia Cavallari, ao Jornal Nacional da Rede Globo.
A diretora do Datafolha, Luciana Chong, tem uma avaliação parecida.
“O que a gente viu na pesquisa de véspera foi um índice ainda de 13% de eleitores que declaravam que ainda poderia mudar o seu voto. E entre os eleitores de Ciro esse índice era de 41%, e entre os de Simone Tebet chegava a 37%. Então a pesquisa de véspera foi finalizada no sábado, por volta da hora do almoço, e dali até o domingo, o dia da eleição, a gente viu um movimento de eleitores que votavam no Ciro, Tebet, branco e nulo indo para o presidente Jair Bolsonaro. Então o voto útil que não aconteceu a favor de Lula, aconteceu a favor de Bolsonaro nessa reta final”, afirma.