PF encontra minuta para reverter eleições na casa de ex-ministro 15342p
Documento com três páginas foi encontrado no armário do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; PF vai investigar circunstâncias da elaboração da proposta 4g1a
A Polícia Federal encontrou a minuta de um decreto para reverter as eleições na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. O documento de três páginas tinha como objetivo fazer o então presidente Jair Bolsonaro (PL) instaurar estado de defesa na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A medida seria inconstitucional.

Conforme as informações divulgadas pela Folha de São Paulo, o documento foi encontrado no armário do ex-ministro durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão feito pela PF na terça-feira (10) e será alvo de investigação.
Ao que tudo indica, o documento foi elaborado após as eleições com determinação de apurar abuso de poder, suspeição e medidas ilegais adotadas pela presidência do TSE antes, durante e depois do processo eleitoral.
Pouco depois de informações sobre o documento terem sido divulgadas, o ex-ministro disse em uma rede social que a minuta foi “vazada fora de contexto” e ajuda a “alimentar narrativas falaciosas”.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta semana a prisão de Torres que estava em viagem de férias para os EUA quando bolsonaristas invadiram e depredaram os prédios do STF, Congresso e Palácio do Planalto.
Ação e reação 4l733b
O Judiciário reagiu aos ataques determinando o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), a prisão do ex-comandante da Polícia Militar do DF, Fábio Augusto Vieira, a prisão e busca e apreensão na casa do ex-ministro Torres.
Conforme a justificativa de Alexandre de Moraes, Torres e Vieira colocaram as vidas de Lula, deputados federais, senadores e ministros da corte em risco.
O ministro do STF disse que os fatos narrados em investigação da PF, autora do pedido de prisão, “demonstram uma possível organização criminosa que tem por um de seus fins desestabilizar as instituições republicanas”.
“No caso de Anderson Torres e Fabio Augusto Vieira, o dever legal decorre do exercício do cargo de Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e de Comandante-Geral da Polícia Militar do Distrito Federal, e a sua omissão ficou amplamente comprovada pela previsibilidade da conduta dos grupos criminosos e pela falta de segurança que possibilitou a invasão dos prédios públicos”, afirmou o ministro.