Pedro Kemp denuncia preconceito na Igreja Católica por ser do PT i5l2d
Segundo deputado estadual reeleito, ele chegou a ser filmado na saída da missa na Paróquia Sagrado Coração de Jesus por um fiel após deixar o local no dia da eleição 196z6m
O deputado estadual reeleito Pedro Kemp (PT) publicou nesta quinta-feira (6) uma carta aberta em que afirma, “com tristeza”, ter se tornado uma “persona non grata” nas comunidades católicas que frequenta.

No texto publicado no blog pessoal do parlamentar, ele começa relembrando a infância nos preceitos da Igreja Católica Apostólica Romana.
“Nasci num lar católico e herdei minha fé dos meus amados pais. Fui batizado na Basílica Nacional (antiga) de Aparecida-SP, para pagar uma promessa que minha mãe fizera à Nossa Senhora Aparecida pelo nascimento de um filho homem, depois de ter tido quatro filhas. Frequentava minha paróquia desde criança, a Catedral de São Sebastião de Presidente Prudente-SP, onde fiz a catequese, a primeira comunhão e a crisma. Aos dez anos, já era coroinha numa capela da Santa Casa de Misericórdia da cidade”, inicia Kemp.
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O político afirma que o carinho pela religião o levou a cogitar o sacerdócio. Kemp cita os tempos no seminário e depois o percurso em comunidades de Campo Grande, onde até mesmo ganhou o aval do então arcebispo de Campo Grande, Dom Vitório Pavanello, como um dos candidatos recomendados aos católicos nas eleições.
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Kemp afirma que nos últimos tempos, o clima nas igrejas católicas não é o mesmo. Segundo ele, aos poucos, o parlamentar foi retirado de trabalhos dentro das comunidades, até que no último 2 de outubro, véspera da eleição, deparou com um discurso indicando o voto na Paróquia Sagrado Coração de Jesus.
“A celebração transcorreu normalmente, até que nos recados finais o padre se pôs a “orientar” os fiéis para que votassem como verdadeiros cristãos. O discurso que ele ou a fazer induzia sutilmente os presentes a votarem no presidente Bolsonaro e nos candidatos da direita e da extrema-direita, porque reproduzia as acusações que estes costumam fazer à esquerda e ao presidente Lula, falando de aborto, “ideologia de gênero”, de casais homoafetivos, de liberação de drogas, etc”, cita.
Kemp frisa que após o discurso, decidiu deixar a igreja e votar, momento em que foi filmado por um fiel, “irmão da mesma igreja.”
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“Algumas horas depois, comecei a receber o vídeo de amigos e amigas que me conhecem, indignados com a atitude do “irmão”, que não teve a hombridade de me procurar e me perguntar por que saí da igreja e que usou desse expediente covarde para me atacar. Eu teria o maior prazer de responder a ele e ao padre o porquê do meu comportamento. O vídeo viralizou, e as imagens, divulgadas sem minha autorização, foram acompanhadas de comentários ferindo minha honra, minha reputação e minhas convicções”, ressalta.
Pedro finalizou a carta relatando que entrou com um requerimento dirigido ao pároco da igreja “solicitando as informações sobre quem foi o responsável pela divulgação, para interpela-lo judicialmente sobre o uso indevido da minha imagem nas redes sociais e por me ter caluniado e atentado contra minha reputação. Queria muito saber com que intenções divulgou nos grupos de igreja com falsas acusações”.
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O Primeira Página procurou o arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, para comentar as acusações, mas até a publicação desta reportagem, não obtivemos retorno.
A reportagem também entrou em contato com a Paróquia Sagrado Coração de Jesus. O padre da comunidade, Leandro, ressaltou que “Não estava na celebração, portanto não posso dizer se é fato ou boato. E nossa paróquia está de portas abertas para todos os nossos fiéis, aliás tenho um carinho muito grande por ele”, encerrou.
*Matéria atualizada para acréscimo de informações.