Loester Trutis dá "vácuo" em oficial da Justiça Federal 641n3n
Deputado, segundo documento da Justiça, combinou com servidor por mensagem, mas não compareceu para receber documento 61q2h
O deputado federal Loester Carlos de Souza, o “Trutis”, do PSL, deu “vácuo”, usando a linguagem popular, no servidor da Justiça Federal que tentou notificá-lo para apresentar defesa no processo em que é acusado de forjar um atentado contra si próprio, situação ocorrida em fevereiro de 2020. É o que consta em certidão anexada ao processo no STF (Supremo Tribunal Federal), segundo a qual o oficial de Justiça responsável pela tarefa chegou a combinar com o deputado, via Whatsapp, para entregar o documento, mas depois disso, o parlamentar não foi mais encontrado.
A partir de investigação desenvolvida pela Polícia Federal, Trutis foi denunciado pela Procuradora-Geral da República por comunicação falsa de crime, porte ilegal de arma de fogo e disparo de arma de fogo. No dia dos fatos, ele disse que o veículo no qual trafegava foi alvejado, mas que conseguiu se livrar do ataque porque estava armado, na rodovia BR-060.

No dia 2 de fevereiro deste ano, a ministra Rosa Weber, responsável pela ação, determinou que o deputado fosse comunicado para apresentar sua defesa no prazo de 15 dias.
De posse da ordem, o oficial de Justiça, segundo o relato feito no processo, combinou por mensagem com o próprio deputado federal no dia 8 de fevereiro para cumprir a determinação.
Porém, quando chegou na Câmara Federal, não conseguiu, mesmo enviando novas mensagens a Trutis via WhatsApp. O servidor tentou, também, ir até o apartamento funcional de Loester Carlos, mas não encontrou ninguém. Na Câmara, diz a certidão, a informação dada no gabinete de Trutis foi de que ele não comparecia no lugar há algum tempo.
Confira o documento na íntegra:

“Era recesso”
Procurado pelo Primeira Página, o deputado alegou que quando o servidor tentou fazer a notificação, “em janeiro”, era o período de recesso e por isso não o encontrou no Congresso Nacional.
“Todas as vezes que ele veio não tinha sessão, se tivesse vindo num dia de sessão, pelo contrário”, afirmou sobre ser encontrado.
Disse, também, que o funcionário público enfrentou dificuldades por causa das medidas de restrição de mobilidade para combater a covid-19.
Na verdade, como a reportagem constatou, a primeira tentativa de notificação aconteceu no dia 15 de fevereiro, quando o Legislativo já havia retomado os trabalhos, que seguem de forma remota.
Nesse dia, houve sessão normalmente e Trutis está na lista de presença. Não é possível saber de onde ele participou do compromisso.
Conforme a certidão anexada ao processo no STF, o oficial perseguiu na tentativa até 18 de fevereiro, quando esteve no apartamento de Trutis, sem conseguir cumprir a ordem judicial. Agora, a Justiça vai decidir como se dará a intimação.
“Voluntariamente”
O deputado, que reclama de não estar conseguindo fazer sua ampla defesa e insiste em criticar a investigação da Polícia Federal sobre o atentado que diz ter sofrido, afirmou ao PP que apresentará de forma voluntária sua defesa prévia no processo.
Maria Panziera, advogado do político, atribuiu a dificuldade de citação ao fato de o deputado ser uma pessoa muito ocupada e estar trabalhando pelo interior. Diferentemente do cliente, disse que vai aguardar a intimação para providenciar a apresentação da defesa.
Só depois disso, o feito terá o prosseguimento.
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