Human Rights Watch: relatório alerta para riscos de autocracias pelo mundo 1a5jr

Organização dos direitos humanos cita até os problemas atuais do Brasil 4un11

A Human Rights Watch (HRW), organização de defesa dos direitos humanos, lançou nesta quinta-feira (13), em Nova York, nos EUA, o relatório mundial de 2022 sobre a importância da manutenção da democracia pelo mundo e a ameaça representada pelas autocracias (forma de governo em que o poder fica concentrado em apenas uma pessoa).

No documento, o diretor da HRW, Kenneth Roth, contraria a visão comum de que a autocracia está em ascensão e a democracia em declínio.

“De Cuba a Hong Kong, as pessoas saíram às ruas exigindo democracia quando governantes autoritários, como de costume, priorizam seus próprios interesses em detrimento dos de seus cidadãos”, diz Roth.

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imagem da fronteira do Brasil com a Venezuela Reuters
Registro da fronteira do Brasil com a Venezuela. (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)

Ainda de acordo com o diretor, muitos autocratas afirmam servir melhor ao seu povo do que os líderes eleitos democraticamente.

“Mas, geralmente atuam, principalmente, por seus próprios interesses e am a manipular os sistemas eleitorais para que os cidadãos não possam expurgá-los pelo voto. Ademais, os autocratas normalmente tentam desviar a atenção com apelos racistas, sexistas, xenófobos ou homofóbicos”, pontua. 

Entretanto, na visão da HRW, existe um movimento importante e crescente que deve preocupar os autocratas. 

Há ainda uma ampla gama de partidos políticos de oposição que começou a ar por cima de suas diferenças políticas para construir alianças que priorizam o interesse comum em conseguir que políticos corruptos ou líderes repressivos sejam retirados do poder.

Human Rights Watch cita Brasil 431r5f

No relatório da organização existe um capítulo exclusivamente dedicado à situação do Brasil. Nele, Jair Bolsonaro “ameaçou os pilares da democracia brasileira diversas vezes no ano de 2021”.

A ONG Internacional também destacou atitudes como a tentativa de descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro, a ameaça à liberdade de expressão e a independência do sistema judiciário.

O material traz o discurso de Michelle Bachelet, Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, como um registro importante desses números.

alta comissariada da ONU para os Direitos Humanos Michelle Bachelet
Alta comissariada da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet. (Foto: AFP/F)

Em junho de 2021, ela discursou sobre o aumento da violência policial no Brasil e pediu para que os países tomassem medidas concretas para erradicar o racismo sistêmico contra afrodescendentes e que se responsabilizassem por políticas contra abusos.

Ainda sobre o Brasil, o levantamento da HRW apontou para as ameaças e ataques aos povos indígenas, além de ressaltar o desmatamento, que continuou a avançar na Amazônia.

“Desde que assumiu o cargo em janeiro de 2019, o governo Bolsonaro enfraqueceu a fiscalização ambiental, encorajando, na prática, as redes criminosas que impulsionam o desmatamento e que têm usado ameaças e violência contra os defensores da floresta. A média do número de multas pagas por desmatamento na Amazônia em 2019 e 2020 foi 93 por cento menor do que a média nos cinco anos anteriores, mostrou um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais”, afirma o documento.

Superlotação em presídios 51z26

O relatório ainda chama atenção para alguns perigos iminentes com a superlotação dos sistemas prisionais. A organização encara a aglomeração forçada dos centros de detenção como um risco sanitário relacionado à covid-19.

Segundo o estudo, até dezembro de 2020, cerca de 670 mil adultos estavam presos em todo o país. Esse número indica que a capacidade está sendo excedida em mais de 47%.

E mais: a organização encontrou mais de 92.800 presidiários que contraíram Covid-19 (até outubro de 2021), dos quais 582 morreram. Por outro lado, o MNPCT diz que o número de mortes provavelmente é subestimado.

Cela cheia Foto Danilo Pousada GloboNews
Cela de presídio superlotada. (Foto: Danilo Pousada/GloboNews)

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Outro assunto que ganhou a atenção da HRW foi a quantidade de imigrantes que chegaram ao Brasil nos últimos anos. Até outubro de 2021, mais de 250 mil venezuelanos estavam morando no Brasil.

Com o avanço da pandemia, a atitude do governo brasileiro mudou consideravelmente, aponta a HRW. Em 2020 mais de 2000 pessoas foram deportadas ao tentar atravessar algumas fronteiras. 

Esse número é muito superior ao que foi registrado em 2019 (apenas 36 pessoas) e em 2021 (1198 até julho).

Resto do mundo 2e5j6b

A preocupação com a autocracia (método de governo onde o poder fica concentrado em apenas uma pessoa) foi bastante destacada em boa parte do material.

Como uma solução para esse problema, Kenneth Roth, diretor executivo global da HRW, pediu para que líderes de oposição deixassem, por um momento, suas diferenças de lado para agirem em conjunto e defender o exercício da democracia.

Roth também diz que muitos governos democráticos estão muito preocupados com questões de curto prazo e não estão tratando assuntos muito mais importantes como a mudança climática, a pandemia da Covid-19, a pobreza e a desigualdade, a injustiça racial ou as ameaças da tecnologia moderna.

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