Especialistas apontam omissão na fiscalização de atos no CMO 6h4l5k
Para cientistas políticos, situação que ocorre em frente ao CMO é de negligência; desde segunda-feira, manifestantes dificultam o trânsito e incomodam moradores com fogos de artifício 3g1p5j
Cientistas políticos entrevistados pela reportagem apontaram omissão das forças de segurança e da Prefeitura de Campo Grande no tratamento com os bolsonaristas, que fazem atos contra os resultados das eleições. O grupo está desde a tarde desta segunda-feira (31), na avenida Duque de Caxias, em frente ao CMO (Comando Militar do Oeste).

Moradores da região e motoristas que am pelo local relatam que os manifestantes impedem o ir e vir na região e também foram flagrados carros estacionados nos canteiros, poluição sonora e fogos de artifício com som.
“Eu ainda acho que os órgãos locais deveriam também cumprir com suas obrigações legais sob pena de prevaricarem em relação ao que está acontecendo. Isso tudo porque a gente percebe que esses atos são flagrantemente no limite criminosos, isso precisa ficar explícito. Você não pode obstruir a agem para que as pessoas se movimentem, você não pode obstruir à força a agem para que produtos circulem. Toda a sociedade vai ter que pagar por isso”, ressalta o cientista político Victor Miranda.
Nos atos, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) pedem intervenção militar, o que é inconstitucional, e “intervenção federal com Bolsonaro no poder”.
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Para o professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e cientista política, Daniel Miranda, a situação que ocorre em frente ao CMO é de “negligência e inação diante dos movimentos”. O pesquisador vê que, uma parte da população acredita em uma “licença ilegal” para obstruir a livre circulação.
“O pior é que todas as lideranças políticas, inclusive Bolsonaro, já aceitaram os resultados de 30 de outubro e estão negociando seus próprios futuros políticos. Se as autoridades não agem, não apenas os bolsonaristas tomam isso como um aval, como consideraram que tais órgãos os apoiam”, aponta o Daniel.
O cientista político Victor Miranda acredita que, frente a inação, a Procuradoria Geral da República deve agira a fim de cumprir o direito de ir e vir da população. “Eu penso que a Procuradoria Geral da República precisa cumprir com a sua obrigação institucional mais do que qualquer órgão local, embora os órgãos locais também, necessariamente, pelo dever legal, deveriam cumprir com a função de desobstruir essas agens”.
“É muito grave o que está acontecendo, se a lei é para todos, vamos parar para pensar hipoteticamente: ‘então a partir de agora qualquer um vai poder parar estradas, estimular golpismo contra as instituições, sabotar a economia do país a partir de mensagens de whatsapp ou de outras mídias sociais'”, pontuou o cientista Victor Miranda.
Dificuldade diária 71m5i
A rotina de moradores ao entorno do CMO (Comando Militar do Oeste) mudou drasticamente após o início dos atos bolsonaristas, que tem fogos de artifícios barulhentos, buzinas e pedidos de intervenção militar foram registrados no local.
Moradores da Vila Alba, próximo ao local dos atos antidemocráticos, têm enfrentado dificuldades até para dormir. Christiane Mesquita, de 46 anos, mora ao lado do CMO e está cuidando da mãe acamada, ambas estão sentindo diretamente os problemas ocasionados pelos atos.
“Minha mãe está se recuperando de uma condição em que está cadeirante fazendo fisioterapia pra conseguir voltar a andar. É necessário uma rotina dia e noite de descanso. Todos precisam, aliás”, relatou Christiane.
Islene Oliveira, que é mãe de uma filha autista, tem ado o dia inteiro fora de casa. Por conta dos fogos de artifícios e barulho de buzinas, a menina não consegue se ficar em paz na própria casa.
“Eu acabei de voltar pra casa, e já não aguento mais, cheguei tem 15 minutos e o barulho está infernal, fogos, gritaria, música, hino, uma palhaçada”, relatou Islene.