Desperdício chega a R$ 89 milhões com retirada de trilhos do VLT, diz consórcio 215g2n

Com a destruição de trilhos são quase R$ 89 milhões desperdiçados, pelo cálculo do consórcio 2d2pv

A retirada dos trilhos do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) da região metropolitana de Cuiabá vai gerar um desperdício de R$ 89 milhões, segundo cálculo do consórcio responsável pela construção do modal. O caso foi destaque em reportagem do Jornal Nacional dessa segunda-feira (6).

Troca de VLT por BRT é destaque no Jornal Nacional
Governo do Estado executa obras para tirar trilhos. (Foto: Print de vídeo)

O Governo de Mato Grosso decidiu substituir o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) pelo BRT (em inglês: Bus Rapid Transit, em português autocarro de trânsito rápido), mesmo após gasto de mais de R$ 1 bilhão com as obras. Dos 22 km de trilhos previstos no projeto, 6 já estavam prontos.

Agora, quase tudo isso, segundo o consórcio responsável pela obra, deve ser jogado fora. As obras do VLT eram para ter sido concluídas há oito anos.

Cronograma do VLT 1o6o4

  • Início das obras – 2012
  • Previsão de entrega – 2014
  • Rompimento do contrato – 2017
  • Início de Estudos para Mudar o VLT para BRT – 2020

Os 280 vagões, que transportariam 160 mil pessoas por dia vieram da Espanha e são avaliados em quase R$ 500 milhões, continuam no mesmo lugar, preservados pelo consórcio que implantaria o VLT. 

O engenheiro de teste do consórcio, José Raimundo dos Santos, informou que a manutenção e zeladoria dos veículos continua sendo feita. Além disso, que todos os relatórios são encaminhados para o Governo do Estado.  

O VLT era uma das obras para a Copa do Mundo, que aconteceu no Brasil. Porém, a construção parou ainda em 2014 depois que a Polícia Federal e o Ministério Público denunciaram corrupção e desvio de dinheiro. O então governador Silval Barbosa chegou a ser preso e fez delação premiada.  

Troca de VLT por BRT é destaque no Jornal Nacional
Obras do modal começaram em 2012. (Foto: Print de vídeo)

A obra já custou R$ 1,066 bilhão e o consórcio, em uma estimativa feita a cinco anos atrás, calculava que precisaria de mais R$ 922 milhões para terminar.  

O Governo do Estado rompeu istrativamente o contrato com o consórcio em 2017, na gestão do ex-governador Pedro Taques. O consórcio recorreu na Justiça e teve o recurso negado. 

Em 2020, o atual governador Mauro Mendes decidiu fazer a substituição do modal, o VLT para o BRT, que era a escolha inicial do estado. Dessa vez, com ônibus elétricos, o governo diz que a mudança para o BRT está baseada em um estudo técnico.  

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“Fizemos um estudo muito profundo com a participação de entes federais, do estado e prefeituras e chegamos à conclusão de que o BRT é moderno, eficiente e vai custar, praticamente, a metade do preço que nós gastaríamos só para terminar o VLT”, disse o governador Mauro Mendes (União Brasil).  

Já o coordenador de mobilidade urbana do Instituto Nacional de Defesa do Consumidor, Rafael Calabria, discorda do gestor.  

Troca de VLT por BRT é destaque no Jornal Nacional
Obra seria concluída em 2014. (Foto: Print de vídeo)

“Os benefícios que o trilho trás de sustentabilidade, de capacidade de ageiros, e na diversidade de empresas que a cidade vai ter são muito melhores no VLT do que no BRT. Então, o investimento, um pouco maior, se justificaria. Ainda mais no caso de Cuiabá que já começou a obra, já está avançada a obra era só finalizar. Então, além de uma opção errada, vai ter o desperdício de dinheiro público”.  

A licitação do BRT já foi feita. Mas, o Ministério Público de Mato Grosso investiga supostas irregularidades na licitação. A denúncia foi feita pela Prefeitura de Cuiabá, que é contra a mudança.  

“Não há o menor bom senso em dizer que o BRT, que está começando do zero, é mais barato que o VLT, que já tinha 70% das obras executadas e boa parte dos seus recursos pagos”, afirmou o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB).  

População reclama   211vs

Quem usa o transporte coletivo hoje na região metropolitana de Cuiabá, feito apenas por ônibus, reclama da situação.  

“Tem que ter qualidade, ajuda. A gente entra no ônibus e é aquele calor. A gente que tem pressão alta, tem tudo, não vejo a hora de dar um piripaque”, disse a aposentada Eugênia da Cruz.  

Já a cuidadora Souza Silva cobrou a conclusão das obras. “Tanto ferro, tanto coisa ali estragada. Gente, o que é isso? Quem vai pagar somos nós. Espero que saia logo, que a gente possa usar, pra ter um pouco mais de conforto”, afirmou.  

Trilhos do VLT estão sendo retirados em Cuiabá e Várzea Grande. (Foto: Reprodução)
Trilhos do VLT estão sendo retirados em Cuiabá e Várzea Grande. (Foto: Reprodução)

O Governo de Mato Grosso declarou que o contrato prévio que o VLT seria entregue pronto e que os equipamentos comprados são do consórcio responsável pela obra. Além disso, que entrou na justiça para receber indenização do valor que o estado investiu.  

Já o consórcio VLT Cuiabá/Várzea Grande afirma que o desmonte do projeto não encontra amparo de ordem técnica ou econômica, que mantém a guarda e manutenção dos trens até uma decisão da justiça. Além disso, que sempre esteve à disposição do Estado para uma solução legítima e viável para concluir o projeto. 

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