Deputada de MS pede investigação contra ex-PM que incentivou necrofilia 192k24
Evandro Guedes é fundador da escola preparatória para concursos públicos AlfaCon; no vídeo gravado em uma sala de aula ele fala sobre o crime de vilipêndio a cadáver 2d2p72
Depois da repercussão de um vídeo em que o ex-policial militar Evandro Guedes minimiza o crime de violação sexual de cadáveres, a deputada federal Camila Jara (PT-MS) anunciou ter levado o caso ao Ministério Público pedindo investigação. Em suas redes sociais, a petista descreveu as falas como absurdas. “Não vai ficar impune”.
Ver esta publicação no Instagram

“Depois de vários vídeos circularem nas redes sociais com conteúdos nojentos, nos quais Evandro praticamente ensina um o a o de como vilipendiar o corpo de uma mulher morta, protocolamos denúncia junto ao Ministério Público de São Paulo. Evandro Guedes é professor e fundador de uma escola de curso preparatório para concursos de carreiras policiais. É absurdo que uma fala dessa seja tão naturalizada. É misoginia e barbárie em seu estado puro”.
Camila Jara, em post nas redes sociais
O pedido foi protocolado em São Paulo pois é a sede da empresa de Evandro Guedes, ex-policial do Paraná, que é fundador da escola preparatória para concursos públicos AlfaCon.
No vídeo, gravado no que parece ser uma sala de aula, ele fala sobre o crime de vilipêndio a cadáver – que na legislação brasileira tem pena de detenção de um a três anos e multa – e para isso narra com detalhes uma cena de necrofilia.
Durante a “aula”, Evandro contou a história de um jovem virgem que ou num concurso de nível médio para atuar com necropsia que se deparou com o corpo de uma assistente de palco do programa “Pânico”.
“Aí você está lá e vem uma menina do Pânico da TV morta. Meu irmão, com aquele ‘rabão’. E ela infartou de tanto tomar bomba na porta do necrotério e tu levou lá para dentro. Duas da manhã, não tem ninguém. Você bota a mão, hmm quentinha ainda. O que você vai fazer? Vai deixar esfriar? Meu irmão, eu assumo o fumo de responder pelo crime”.
Não há como saber quando o vídeo foi gravado, mas o trecho que viralizou foi postado em uma página policial no TikTok. No perfil, trechos de aulas e palestras de Evandro Guedes são compartilhados com frequência.

Leia mais n1u6n
Com palavras chulas, ele ainda “ensinou” como posicionar o cadáver para realizar o ato e “brincou” que depois que o corpo esfriar era só usar um secador de cabelos para continuar o abuso.
“E é o dia mais feliz da sua vida, irmão. É crime? É. Você mexeu com a honra do cadáver. O sujeito ivo do crime é o familiar da vítima”.
Vídeo publicado nas redes sociais
Depois disso, ele ainda ironiza o sentimento do pai da vítima ao descobrir que a filha foi abusada depois de morta por um “cara de 19 anos, aluno do Evandro”. No vídeo, Guedes também reforçou que a pena é pequena e que “vale a pena responder”.
Depois da polêmica, o vídeo em que o ex-policial falou do crime foi retirado do ar, mas as imagens foram salvas e se espalharam nas redes sociais.
Ao jornal O Globo, o curso AlfaCon disse, em nota, que o conteúdo “está em total desacordo com as diretrizes” da empresa e foi retirado da plataforma. A equipe do curso prometeu apurar o caso.
Evandro se manifestou pelas redes sociais. Em uma transmissão ao vivo ele afirmou que usou “uma ficção jurídica, um exemplo” e acusou o perfil responsável por divulgar as imagens de não ter capacidade para entender que ele atuava como professor de Direito Penal.
Ainda segundo divulgou O Globo, o MP do Paraná informou que o caso já está sob apuração.