Denúncia de servidores levou MPMS até Sisep; confira lista de alvos 5g5r4z
Cansados de se submeter a corrupção, os funcionários entregaram o esquema a justiça 2b4iq
Funcionários da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) e empresários compõem a lista de alvos da operação “Cascalhos de Areia”, que nesta quinta-feira (15) revelou um esquema de fraude em contratos de pavimentação e de locação de maquinário na Prefeitura de Campo Grande. Os prejuízos aos cofres públicos são estimados em R$ 300 milhões.

Veja abaixo a lista dos citados na investigação: 5n5y3b
Empresários e servidores:
- André Luiz dos Santos – proprietário das empreiteiras ALS dos Santos e ALS Transportes;
- Mamed Dib Rahim;
- Edcarlos Jesus da Silva – sócio nas empresas MS Brasil Comércio Eireli e Engenex Construções;
- Paulo Henrique Silva Maciel – advogado e sócio na Engenex;
- Ariel Dittmar Raghiant – engenheiro da Engenex;
- Patrícia da Silva Leite – funcionária da Engenex;
- Adair Paulino Fernandes – dono da empresa JR Comércio e Serviços;
- Medhi Talayeh – engenheiro da Sisep;
- Edivaldo Aquino Pereira – servidor da Sisep;
- Erik Antônio Valadão Ferreira de Paula – servidor da Sisep;
- Fernando de Souza Oliveira – servidor licenciado da Sisep;
- Rudi Fiorese – ex-secretário da Sisep;
Empresas:
- Al dos Santos e Cia;
- ALS Transportes;
- Engenex Construções e Serviços;
- JR Comércio e Serviços;
- MS Brasil Comércio e Serviços;
A investigação nos contratos da Sisep começou com denúncias feita também por funcionários da secretaria à Ouvidoria do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). Originou-se, então, uma “Notícia de Fato”, depois enviada à 31ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público de Campo Grande.
O documento trazia até o número da licitação fraudada: um contrato assinado em 2018 entre o então secretário Rudi Fiorese e a empresa de André Luiz dos Santos, o “André Patrola”.
Na denúncia feita à Ouvidoria, os servidores afirmaram estar “cansados de se submeter” ao grupo criminoso e revelaram que a licitação foi sobre “via não pavimentada” para “evitar fiscalização na execução dos trabalhos”.
Ainda detalharam que a empresa de vencedora, no caso a de André, “contratou apenas uma pá carregadeira por uma semana para que o fiscal tirasse fotos dos serviços”.
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Durante as investigações o Ministério Público constatou que a empresa de André, a Andre L. dos Santos LTDA, foi contratada pela Sisep para fazer a manutenção das ruas sem asfalto da região do Prosa. O serviço era simples; cobrir as vias com cascalho.
Aditivos 2f529
O serviço deveria custar R$ 4,150 milhões e deveria ser feito em 365 dias, a contar a partir da expedição da ordem de serviço, que ocorreu em 11 de setembro de 2018.
O prazo inicial, no entanto, foi prorrogado com os aditivos até 12 de janeiro de 2022. Nesse tempo, o valor do serviço também subiu: após cinco aditivos – assinados em 15 de junho de 2019, 2 de setembro de 2019, 18 de março de 2020, 22 de dezembro de 2020 e 12 de novembro de 2021 – o valor saltou para R$ 24,7 milhões; seis vezes mais.
Já na denúncia ao Ministério Público, a informação era de que os valores desviados eram usados para a “aquisição de imóveis em Campo Grande”.
A ação dessa quinta-feira cumpriu mandados de busca e apreensão nos endereços dos investigados, todos ligados a área da infraestrutura de Campo Grande entre 2017 e 2022 – anos em que a cidade era istrada por Marquinhos Trad (PSD) e que Rudi Fiorese, também alvo da ação, era o secretário municipal de infraestrutura e serviços públicos.