Delegado citado na Omertà é nomeado secretário-adjunto em Campo Grande 36463g
No dia 31 de agosto, foi designado para a função de atividades de assistência e assessoramento Superior; agora, assume como secretário adjunto 44k6v
Citado na fase de investigação da operação Omertà, que investigou milícia armada acobertada por policiais em Mato Grosso do Sul, o delegado Pedro Espíndola de Camargo é o novo secretário-adjunto da Sidagro (Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio) de Campo Grande.
Pedro Espíndola não figurou como investigado na Omertà e sempre negou qualquer ligação com atividades fora da lei.

Em conversa com a reportagem, disse que em 33 anos de carreira, nunca sofreu qualquer processo. Também disse não ter relação de amizade com integrantes da família Name.
Sem figurar como investigado, apesar da citação durante o andamento da operação, desde a Omertà o delegado foi perdendo funções na corporação, até ser acolhido em cargos na prefeitura de Campo Grande recentemente.
Na época em que o grupo criminoso liderado por Jamil Name e Jamil Name Filho foi revelado pela força-tarefa da Omertà, Pedro era diretor do Departamento de Polícia Especializada, cargo que ocupou por anos.
Ao longo da investigação, o nome do delegado apareceu em conversas entre policiais civis envolvidos com a família Name mais de uma vez. Os diálogos foram revelados por interceptações telefônicas.
Mudança de cargo 6017q
Em meio às polêmicas, foi removido do cargo em novembro de 2019 – apenas 10 dias depois da prisão dos envolvidos no esquema criminoso. Foi alocado na Assessoria de Projetos da corporação.
Em março deste ano, assumiu a Coordenadoria de Operações do Departamento de Polícia da Capital.
No dia 31 de agosto, foi designado para a função de “Atividades de Assistência e Assessoramento Superior”, agora na prefeitura de Campo Grande.
Agora, ascendeu a secretário-adjunto. A nomeação foi publicada no Diário Oficial de Campo Grande em dia 5 de setembro.

Relações z1w23
Além de ser citado ao longo da investigação, a ligação com os Name foi confirmada pelo próprio Jamil Name Filho durante as audiências do processo que analisou ameaças feitas ao delegado Fábio Peró logo após as prisões da primeira fase da operação, em setembro de 2019.
No dia, Jamilzinho disse que dez dias depois da morte de Matheus Coutinho Xavier, estudante de direito assassinado no lugar do pai, Pedro e Marcelo Vargas (então delegado-geral da Polícia Civil) foram até a casa dele pedir ajuda ao patriarca da família, Jamil Name. Não há explicação sobre o teor dessa solicitação.
Espíndola também foi acusado de intimidar o delegado Carlos Delano depois de uma abordagem a Flávio Correia Jamil Georges, o “Flavinho”, filho de Fahd Jamil, o “Rei da Fronteira”.
A situação foi revelada pelo próprio delegado, durante audiência judicial de outro processo originado da Omertà, em junho de 2021.
No dia, Delano detalhou a abordagem feita em 3 de abril de 2019, consequência de denúncias contra um foragido por homicídio. O alvo era Thyago Machado Abdul Ahad, mas no lugar dele encontrou Flavinho.
Nada de ilícito foi encontrado e a equipe voltou a delegacia, logo depois ele recebeu a visita do então diretor.
Espíndola teria orientado que Delano deixasse o cargo. Ele não cedeu, mas logo depois foi removido da titularidade da DEH (Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Homicídios). Com o avanço da Omertà, o delegado voltou a comandar a unidade especializada.