De escândalo sexual a contratos sob suspeita: quem é André Patrola 1m4p26

Dentre os nomes da operação “Cascalhos de Areia”, que foi às ruas nesta quinta-feira (15), como parte de investigação de irregularidades em contratos para manutenção de ruas sem asfalto em Campo Grande, o nome principal é de “André Patrola”, como é conhecido André Luiz dos Santos. Dono de duas empreiteiras e produtor rural, “Patrola”, apelido autoexplicativo, se tornou personagem de investigações sobre desmandos e crimes nos últimos anos.

1. Na “Cascalhos de Areia”, é investigado por fraude em licitações
2. Já foi foi multado em R$ 1,3 milhão por desmatamento ilegal no Pantanal
3. Foi denunciado por envolvimento em escândalo sexual, no ano ado, como parte da mesma investigação que também implicou o ex-prefeito Marquinhos Trad.

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O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Su) aponta, na investigação, indícios de fraude à licitação, corrupção iva e ativa, peculato, lavagem de capitais e organização criminosa contra empreiteiras e servidores.

O valor envolvido a de R$ 300 milhões, em licitações da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), a partir de 2017, quando o prefeito era Marquinhos Trad (PSD). O objeto dos contratos é a manutenção de vias não pavimentadas, ou seja, o cascalhamento, serviço que afeta diretamente a vida de quem vive nos bairros menos favorecidos de infraestrutura.

Duas das empresas são de “Patrola”, a ALS dos Santos e a ALS Transportes. As firmas mantêm contratos milionários com a prefeitura de Campo Grande e prefeituras do interior de Mato Grosso do Sul para locação de máquinas e equipamentos.

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Em 2022, “André Patrola” foi condenado pela Justiça de Mato Grosso do Sul por poluir com agrotóxico a Área de Proteção Ambiental do Guariroba, que fica em Campo Grande.

De acordo com a investigação, “Patrola” usou agrotóxico proibido, provocando a devastação de área de preservação na propriedade rural. O empreiteiro tentou suspender a execução da sentença, mas o pedido foi negado pelo TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

Em outra situação, foi multado em R$ 1,3 milhão pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), por desmatamento ilegal no Pantanal. O programa Globo Rural, da TV Globo, noticiou que o empreiteiro teve autorização para desmatar 998 hectares da Fazenda Alegria, no Pantanal da Nhecolândia, mas acabou derrubando 1.372 hectares, sendo que a área desmatada era protegida por lei.

Patrola é acusado de ter destruído parte de uma área de preservação ambiental na fazenda experimental da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) no Pantanal.

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No ano ado, em meio à campanha eleitoral, “André Patrola” foi um dos implicados em escândalo que envolvia também o ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad (PSD), na época candidato ao governo.

“Patrola” foi denunciado à Justiça por favorecimento à prostituição ou outra forma de prostituição. As vítimas – trouxe a investigação policial que resultou na denúncia – negociavam empregos públicos a partir do contato com o empresário e acabaram sendo vítimas. Uma das denunciantes disse ter sido apresentada ao empresário pelo ex-prefeito, meses depois de tentar um cargo comissionado no executivo municipal. Essa mulher relatou ter sido assediada por Marquinhos, com quem chegou a manter relações sexuais.

A denúncia também trata de uma festa em que compareceram o empreiteiro e outros convidados, com prostitutas transportadas em avião até uma fazenda em Coxim. O processo corre em sigilo e não há informação ainda sobre o desfecho.

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Na operação “Cascalhos de Areia”, foram cumpridas dezenove ordens de busca e apreensão, incluindo endereços ligados a “André Patrola”. Agora, o material vai ar pela análise dos promotores responsáveis, para efeitos de oferta de denúncia à Justiça.

Procurada, a defesa de André Luiz dos Santos informou que vai se pronunciar, mas ainda não o fez. Quando isso ocorrer, esse texto será atualizado.

Disse que não há ilegalidades na contratação, que foi por pregão eletrônico para todo o País, e que o fato de ser alvo das buscas e apreensões já indica que não tem envolvimento nas suspeitas. Sobre André Patrola, disse conhecer como conhece “muitos outros”, e que não tem qualquer relação negocial.