Da cadeia no RN, Jamil Name ameaça irmão deputado, aponta relatório 258z
Documento sigiloso foi encaminhado no dia 10 de abril depois Sejusp receber alerta de órgão externo sobre ameaças do irmão encarcerado em direção ao parlamentar 4x1i41
Relatório de informações enviado pela Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) à presidência de Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul alerta para clima de “hostilidade” entre os irmãos Name – Jamil Name Filho, que está preso em Mossoró (RN), e Jamilson Name, deputado estadual pelo PSDB.
Ambos são réus na operação Omertà, que desde 2019 acusa integrantes da família bastante conhecida em Campo Grande de chefiar negócios ilegais e mandar matar inimigos em nome da manutenção de exploração de jogos de azar.

O documento, sigiloso, foi encaminhado no dia 10 de abril, nesta semana, depois de a Superintendência de Inteligência da Secretaria receber alerta de órgão externo sobre ameaças do irmão encarcerado em direção ao parlamentar.
De acordo com a investigação jornalística do Primeira Página, o relatório é baseado em informações vindas do sistema penitenciário federal, responsável pela custódia de Jamilzinho, na prisão de Mossoró, de nível máximo de segurança. No lugar, até as conversas com os advogados são monitoradas.
Reside exatamente no atendimento jurídico recebido por Jamilzinho o nó da questão entre os irmãos, conforme apurado pela reportagem. É que houve troca da banca de defesa de “Guri”, apelido de Name Filho, e ele não teria ficado satisfeito.
Inconformado, teria afirmado se sentir abandonado pela família e direcionado ameaças ao irmão. Entre uma centena de pessoas envolvidas nas duas dezenas de ações derivadas da operação Omertà, “Bobby”, outra forma pela qual Jamil Name Filho é chamado, teve agora a maior condenação, a 20 anos de reclusão. Está atrás das grades desde 27 de setembro de 2019. Na prisão, viu o pai, Jamil Name, morrer vítima da covid-19.
O secretário de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, Antônio Carlos Videira, confirmou o envio do documento, sem detalhar conteúdo, por ser reservado. Disse se tratar de contexto sensível e que a Assembleia Legislativa foi informada, assim como o deputado, por motivos de segurança.
“Nenhuma outra autoridade foi citada”, garantiu o secretário ao Primeira Página.
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Procurado, o presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro (PP), respondeu via assessoria de imprensa que não vai se manifestar sobre providências adotadas, sob argumento do tom de sigilo da comunicação feita pela Sejusp.
E o deputado? 604b70
Jamilson Name conversou com a reportagem. Negou haver clima de hostilidade com o irmão. Disse, inclusive, que tem visitado Jamilzinho quando pode. Segundo ele, uma próxima visita está em Mossoró está sendo organizada.
Sobre a troca de advogado, o parlamentar disse realmente ter feito opção por contratar Nefi Cordeiro, ex-ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) para atender o irmão, e destituir um profissional, cujo nome será preservado neste texto.
Segundo ele, em razão dessa mudança, está recebendo cobranças desse profissional.
O parlamentar alega que um dos motivos para não ter o advogado representando o irmão são as acusações de que tal pessoa presta serviços ilegais à facção criminosa dominante nos presídios de Mato Grosso do Sul.
Na operação Courrier, ele foi foi incluído no grupo de advogados sob suspeita de servir de pombo correio para integrantes da facção, tanto que é réu em processo da operação.
O advogado foi procurado pela reportagem, disse estar em São Paulo trabalhando e que ainda não havia tomado conhecimento do assunto e só vai se manifestar depois disso. Por esse motivo, a identificação será preservada.
Também foi feito contato, via e-mail, com o advogado Nefi Cordeiro, ainda sem retorno.